Stalin - história crítica de uma lenda negra

Praticamente toda a literatura do Ocidente em torno da vida e da obra de Stalin é uma construção da Guerra Fria. São distorções gritantes, falsificações grosseiras e omissões criminosas sobre a vida do líder soviético.

Mas Losurdo, nesta obra, critica com grande desenvoltura temas que, por repetidos por mais de mil vezes e em mais de mil lugares, acabaram por se tornar "verdades" sobre Stalin.

Ele desmistifica a falsa assimilação entre Hitler e Stalin, mostrando a distância abismal entre os dois, tanto no plano político quanto ideológico. Mostra como, na verdade, havia mais afinidades entre Hitler e os líderes ocidentais (Churchill e Roosevelt, principalmente), do que entre este e Stalin.

Também desconstroi mitos como o antissemitismo de Stalin e o Holodomor (suposta fome ucraniana causada por ele). Sobre a "carestia terrorista", documenta fomes provocadas pela Inglaterra colonial e pelos EUA que simplesmente são omitidos nos mesmos livros de história que caluniam Stalin.

Contextualiza o "grande terror" e mostra como a situação política da década de 1930 foi uma reação do governo soviético a conspirações reais que ameaçavam o país (que chegaram até mesmo a assassinar Kirov).

O que tem se difundido no ocidente sobre Stalin é uma "lenda negra", que realmente não é nada mais que isso: lenda, mito. Daí a necessidade de se escrever uma história crítica sobre essa "lenda negra".

Autores modernos tentam até mesmo fazer análises psicológicas de Stalin, atribuindo-lhe psicopatologias para explicar o tal "terror". Mas o curioso é que o próprio Sigmund Freud não teve interesse em analisar Stalin, mas escreveu em seu tempo justamente sobre o presidente dos EUA, Wilson!

Enfim, esta obra, juntamente com "Stalin - um novo olhar", de Ludo Martens, é leitura obrigatória para quem quer ir além da cortina de fumaça construída pela Guerra Fria e seus ideólogos, tais como Hannah Arendt, autora comprovadamente patrocinada pela CIA.


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