Coronel colombiano admite trama de assassinatos de falsos guerrilheiros

Sua unidade matou 57 civis em troca de benefícios oriundos de "baixas em combate" da guerrilha.

O coronel do exército colombiano Luis Fernando Broja Giraldo admitiu que sua unidade matou de forma premeditada 57 pessoas, vestiu seus corpos sem vida com uniformes de guerrilheiros e posteriormente solicitou os benefícios e permissões especiais relacionadas às "baixas em combate" com a guerrilha. A confissão lhe rendeu uma redução de sua pena de 42 para 21 anos.

O caso confessado pelo coronel, ex-comandante da Fuerza de Tarea Conjunta de Sucre (norte), ocorreu em 1º de novembro de 2007, quando tropas do destacamento a que pertencia deram parte da morte de dois supostos rebeldes em um enfrentamento na pequena localidade de El Pantano. Na investigação judicial, as famílias de dois jovens declararam que eles haviam sido contatados para trabalhar em tarefas agrícolas. Giraldo confessou agora que se tratou de "homicídios premeditados" e apontou a identidade dos oficiais, suboficiais e soldados que participaram de outras ações similares investigadas por fiscais de Direitos Humanos e que podem chegar a cinqüenta.

Desde meados de 2008 surgiram denúncias na Colômbia de muitos casos de desaparecidos ou de baixas em combate que posteriormente foram estabelecidos como assassinatos ou "falsos positivos" [camponeses assassinados que são passados por guerrilheiros - NT]. Desde este ano foram denunciados em torno de 2.000 casos dos quais estão envolvidos 1.487 militares, tendo quase uma centena destes já sentenciados a penas de prisão.

Fonte: PCEML, tradução de Glauber Ataide para o Diário Liberdade.

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