No natal celebramos o nascimento de... Joseph Stalin!

Abaixo a tradução dos primeiros segundos deste criativo e bem-humorado vídeo que compara Joseph Stalin com Jesus Cristo.



O inverno é frio. Dentro de casa nos sentimentos aquecidos e aconchegados.

Ao que estamos do lado de dentro e relaxamos em nosso conforto, nossos pensamentos se dirigem ao significado mais profundo desses dias.

Estes são dias de amor e afeição. Num desses dias, há muitos e muitos anos, nas terras distantes do oriente, numa casa humilde, um filho nos nasceu.

Seus valores, suas virtudes, sua vida, suas ações estavam destinadas a mudar o mundo, e tudo começou num dia assim.

21 de dezembro de 1875.

Nasce Joseph Stalin!

[...]

Hoje é aniversário do Stalin

Stalin dizendo "Feliz aniversário" em russo
Só lembrando que hoje é o aniversário oficial do Stalin, nascido a 21 de dezembro de 1878.

Stalin iniciou seus estudos do marxismo aos 15 anos de idade. Sua mãe queria que ele fosse padre, uma das únicas formas de ascensão social para garotos pobres na Rússia daquele período. Mas ao conhecer o marxismo passou a participar de grupos de estudo e em pouco tempo já iniciou sua militância.

Em suas atividades revolucionárias foi preso por 5 vezes, quase sempre conseguindo fugir da prisão. Mesmo antes de conhecer Lenin pessoalmente já se dizia seu discípulo, o que mostrou realmente ser por toda sua vida.

Nenhum personagem histórico é hoje mais atacado, falsamente acusado e vilipendiado que Stalin. E isso porque ele foi aquele que mais próximo esteve de destruir o capitalismo em todo o mundo, o que mais acumulou forças para isso. Sob sua liderança a URSS se tornou uma potência mundial e libertou o mundo da ameaça nazista derrotando Hitler na 2ª Guerra.

Viva Stalin!

Shostakovich e Prokofiev e a música erudita na União Soviética


Dmitri Shostakovich

Dois dos maiores nomes da música erudita mundial do século XX tiveram sua projeção na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e mais especificamente, na URSS do período de Stalin: Dmitri Shostakovich e Serguei Prokofiev.

Dmitri Dmitriyevich Shostakovich (25/09/1906 – 09/08/1975), de nacionalidade russa, é responsável por uma das mais belas sinfonias de todos os tempos: a Sinfonia Nº 7, também chamada Leningrado. Esta sinfonia começou a ser composta em julho de 1941, quando a cidade de Leningrado era cercada pelos nazistas. Ele e sua família foram evacuados a tempo pelo Exército Vermelho, permitindo assim que ele finalizasse sua grandiosa obra ainda em dezembro daquele ano. Richard Whitehouse, crítico de música e autor de vários libretos para a gravadora Naxos, afirmou que poucas sinfonias desde a 5ª Sinfonia de Beethoven tem atraído tanta especulação extramusical como a 7ª Sinfonia de Shostakovich.

No momento da estreia da obra, que foi transmitida ao vivo por toda a URSS em março de 1942, Shostakovich se dirigiu ao público com as seguintes palavras: “…o artista soviético nunca ficará à margem do confronto histórico que ocorre neste momento entre a razão e o obscurantismo, entre a cultura e a barbárie, entre a luz e as trevas… Eu dedico minha Sétima Sinfonia à nossa luta contra o fascismo, à nossa iminente vitória sobre o inimigo, à minha cidade nativa, Leningrado.”

Destacam-se também na obra de Shostakovich sua terceira sinfonia, chamada O Primeiro de Maio, a 5ª Sinfonia, que em sua estreia foi ovacionada por mais de meia hora, e a trilha sonora do grande épico Aqueda de Berlim* (1949), do diretor Mikhail Chiaureli.


Cartaz anuncia a 7ª Sinfonia de Shostakovich na URSS

Serguei Sergueievitch Prokofiev (23/04/1891 – 05/03/1953), nascido na Ucrânia, tentou carreira em alguns países da Europa e nos EUA antes de se consagrar definitivamente na URSS. Ao deixar o país, em 1918, afirmou que os motivos eram estritamente musicais, não políticos. Lunacharsky, na época Comissário do Povo para a Educação, lhe disse: “Você é um revolucionário na música, nós somos revolucionários na vida. Temos que trabalhar juntos. Mas se você quer ir para a América não ficarei em seu caminho.”

Mas as coisas não correram bem na terra do Tio Sam. Diversos problemas dificultaram a estreia de sua ópera O Amor das Três Laranjas, para a qual havia conseguido um financiamento. Em dificuldades financeiras, deixou os EUA e foi para a França, retomando alguns projetos inacabados. Aos poucos conseguiu se estabelecer e fez algumas turnês pela Europa. Em 1927, a convite do governo soviético, fez uma bem-sucedida turnê também pela URSS.

Alguns anos mais tarde, em 1935, Prokofiev volta de forma definitiva para a URSS. Entre outras grandes composições deste novo período podemos citar a Sinfonia Nº 5 (composta ainda durante a guerra, em 1944), as trilhas para os filmes Alexander Nevsky e Ivan, o Terrível (ambos de Eisenstein), os balés Romeu eJulieta e Cinderela, a ópera Guerra e Paz e o conto Pedro e o Lobo, uma composição para ensinar as crianças soviéticas sobre os instrumentos da orquestra.

Pedro e o lobo

Esta última, a propósito, foi uma obra de grande reconhecimento mundial. A própria Walt Disney lançou uma versão desta obra em desenho animado, sendo seguida por diversas outras produtoras no decorrer do século XX e início do século XXI. Mais recentemente, no ano de 2008, o vocalista da banda U2, Bono Vox, lançou um livro chamado Pedro e o lobo, baseado na obra homônima de Prokofiev, contendo ilustrações da história feitas por ele mesmo e por suas duas filhas. No Brasil esta obra já foi gravada com as narrações de Rita Lee e Roberto Carlos, além de até hoje ser apresentada em eventos que vão desde festivais em jardins de infância até produções profissionais com orquestra, como a que aconteceu em 2008, em São Paulo, com a participação da atriz Giulia Gam.

Serguei Prokofiev
Uma curiosidade sobre Prokofiev é que ele morreu exatamente no mesmo dia que Stalin: em 05 de março de 1953, aproximadamente uma hora antes do grande líder bolchevique. Conta-se que como ele morava próximo à Praça Vermelha foi muito difícil conseguir remover seu corpo de sua casa, devido ao grande afluxo de pessoas no local por conta da morte do fiel discípulo de Lenin.

Não podendo negar que dois dos maiores gênios da música erudita do século XX são soviéticos, e que produziram belíssimas obras justamente no período de Stalin, a crítica anticomunista espalhou muitos mitos sobre uma suposta relação conflituosa entre os compositores e o governo. Tentam, dessa forma, efetuar uma leitura desses grandes compositores à sua própria imagem e semelhança reacionária.

Mas contra fatos não há argumentos: se é verdade que algumas de suas obras não foram bem recebidas pela crítica especializada da época – o que é muito natural e acontece, num momento ou outro, com qualquer artista em qualquer parte do mundo -, basta mencionar alguns dos vários prêmios que estes receberam no período de Stalin a fim de mostrar que, na prática, o que realmente havia era uma grande abertura às suas composições, muitas das quais receberam o reconhecimento máximo então existente na URSS.

Shostakovic recebeu o prestigioso Prêmio Stalin por diversas vezes: 1941, 1942, 1946, 1948, 1949 (3 vezes neste ano), 1950 e 1952. Em 1940 ele recebeu o Prêmio da Ordem da Bandeira Vermelha do Trabalho, e em 1946 o Prêmio da Ordem de Lenin. Recebeu ainda o prêmio de Artista do Povo da URSS, em 1948.
Prokofiev foi reconhecido com o Prêmio Stalin nos anos 1943, 1946 (3 prêmios neste ano), 1947 e 1951. Recebeu também o Prêmio de Artista do Povo da URSS, em 1947, e o Prêmio da Ordem da Bandeira Vermelha do Trabalho em 1943.

A obra destes compositores continua sendo apreciada em todo o mundo. A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, por exemplo, executou a Sinfonia nº 6 de Prokofiev no último dia 22 de novembro, juntamente com outras peças de Mozart. Para o ano de 2012 já estão programadas execuções de obras de Prokofiev para os dias 01 de março (Concerto para piano nº 1) e 24 de maio (Sinfonia nº 5). De Shostakovich a orquestra interpretará a dramática Sinfonia nº 7, Leningrado, no dia 26 de julho, e a pujante Sinfonia nº 6, no dia 29 de novembro. As trilhas para filmes, sinfonias e óperas desses gigantes da música erudita continuam recebendo novas gravações e relançamentos por respeitados selos da música clássica.

NOTAS

* Este filme, de 1949, foi censurado por Kruschev após a morte de Stalin, sob acusação de “culto à personalidade”, e só recentemente foi recuperado por um instituto de filmes históricos nos EUA. A obra recebeu legendas em português pelo Centro Cultural Manoel Lisboa.

Glauber Ataide


Shostakovich - Sinfonia Nº 7 - Leningrado


Prokofiev - Sinfonia Nº 5



Prokofiev - Pedro e o lobo (versão Walt Disney)

Comandante Timoleón Jiménez já foi eleito novo chefe do Secretariado das FARC-EP

Reproduzimos o comunicado em que as FARC-EP informam da eleição de Timoleón Jiménez como novo chefe do Secretariado e garantem a continuidade da luta guerrilheira até a vitória.


Caiu em combate

Aos guerrilheiros das FARC-EP

Às milícias bolivarianas

Camaradas:

A 4 de novembro, caiu em combate o comandante das FARC Alfonso Cano nas montanhas do Cauca do município de Suárez. Desde fazia dois anos era perseguido por uma matilha de mais de 7.000 homens guiados por tecnologia militar de ponta e uma flotilha de aviões e helicópteros, sob as ordens de assessores militares estadunidenses, mercenários israelenses e o alto comando militar.

Os guerrilheiros das FARC sentimo-nos orgulhosos de que o comandante caia lutando no campo de combate e morto como morrem os verdadeiros chefes militares, os heróis do povo, os valentes. Mostrando com seu grito de guerra e com o chumbo, com seu exemplo, que assim morrem os homens e as mulheres cabais, consequentes com o que pensam, e que juraram pela justiça e a dignidade do povo, lutar até as últimas consequências. Este é o exemplo que levarão galvanizado sempre na consciência os guerrilheiros das FARC que juraram vencer, e vencerão.

Não há morte mais formosa que a que surge lutando pela liberdade, por uma causa altruísta, coletiva, enxergando em seu sonho, como Alfonso, a Nova Colômbia, a da dignidade humana, a do emprego, a da educação e a saúde gratuitas, a da soberania do povo, da terra para os camponeses, da morada para os que carecem dela, uma pátria nova, socialista, justiceira, bolivariana, propulsora da concreção no continente de uma Grande Nação de Repúblicas fraternas.

Esses pobres analistas e políticos medíocres, bajuladores do poder, que hoje falam do derrubamento das FARC ante a morte do comandante, são tão ignorantes que nem sequer merecem o gesto de nosso desprezo. Não foi esquartejado o mito de Alfonso Cano, como afirmam perdidos na bebedeira de seu triunfalismo. Não conseguiram advertir que a imagem de Alfonso caído em combate na vereda Chirriaderos cresce como arquétipo e é motivo do mais alto orgulho fariano e de um povo que foi capaz de produzir comandantes luminosos. Estão tão perdidos, que ainda celebram a morte do mais fervente partidário da solução política e da paz.

A moral do guerrilheiro fariano sempre cresce na adversidade, porque é de estirpe bolivariana e marulandiana. Aqui há consciência, anseio incandescente de combate e de vitória. Tudo pela dignidade de um povo, por sua liberdade. Perdem seu tempo, alucinam, os que sonham com a claudicação e desmobilização da guerrilha.

Crescerá a torrente sonora do protesto e da mobilização popular que hoje assusta a oligarquia neoliberal que lacera a soberania com sua política de "segurança", que contra a Colômbia e sua gente, favorece o investimento e os interesses das transnacionais. Que comecem a tremer os usurpadores do poder que até hoje se negaram a pagar a imensa dívida social contraída com o povo. A indignação está percorrendo o mundo no meio da crise sistémica do capital. Podem estar certos que não poderão deter o fogo insurgente contra a tirania, pela paz, e que a guerrilha aumentará a sua marcha para a vitória com as bandeiras do Movimento Bolivariano despregadas ao vento, com o povo.

Queremos informar-los de que o camarada Timoleón Jiménez, com o voto unânime de seus camaradas do Secretariado, foi designado, a 5 de novembro, novo comandante das FARC-EP. Garante-se assim a continuidade do Plano Estratégico para a tomada do poder para o povo. A coesão de seus comandos e combatentes, como dizia Manuel Marulanda Vélez, continua sendo um dos mais importantes valores das FARC.

Comandante Alfonso Cano: seus princípios no campo militar e político serão seguidos à risca.

VIVA A MEMÓRIA DO COMANDANTE ALFONSO CANO!

JURAMOS VENCER, E VENCEREMOS.

Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP

Montanhas da Colômbia, novembro de 2011

Trecho perdido da entevista de Stalin a Emil Ludwig - versão completa


Em 13 de dezembro de 1931 aconteceu no Kremlin uma conversa de quase duas horas entre J.V.Stalin e o escritor alemão Emil Ludwig, o biógrafo de vários personagens históricos de toda a Europa. Em abril de 1932 a transcrição dessa conversa foi publicada no jornal Bolshevik. Ela foi publicada em 1932 como um panfleto separado, e em 1951 foi reimpressa no 13º volume das Obras Escolhidas de Stalin. A Entrevista com o escritor alemão Emil Ludwig é um dos textos mais conhecidos de Stalin. Partes dele já se tornaram antológicos.

Uma busca na coleção dos documentos de Stalin no Centro Russo Para a Preservação e Estudo de Documentos de História Recente (RTsKhIDNI) me permitiu verificar que a versão publicada do texto dessa conversa não é a versão completa. Em 8 de fevereiro de 1932 a cópia datilografada deste documento foi distribuída a pedido de Stalin para os membros e candidatos a membro do Politburo do Comitê Central do Partido Comunista de Toda a União (Bolchevique). Este texto foi editado por Stalin, reimpresso com suas correções e então publicado.

O fragmento do texto original dessa conversa, desconhecido até hoje, não foi apenas editado por Stalin, mas também movido de seu lugar original para o final do transcrito, e então apagado da cópia enviada para impressão. Publicamos abaixo este fragmento. As frases em itálico marcam o local original do texto.

Preparado para publicação por M.A.Leushin.

STALIN: Sim, recentemente os alemães mudaram bastante... Mas agora me permita que eu lhe faça uma pergunta indiscreta. Isso é de fato uma pergunta, não uma proposta. Você pode escolher não responder. Mas se você responder na afirmativa, ninguém, sob nenhuma circunstância, jamais poderá saber que eu lhe perguntei isso.

LUDWIG: Estou de acordo.

STALIN: Espere um momento. Você publicará nossa conversa?

LUDWIG: Não como uma entrevista. Mas eu a utilizarei de alguma forma, quando for escrever sobre você.

STALIN: Você receberá algo por isso?

LUDWIG: Sim.

STALIN: Você doaria uma parte pequena do seu honorário para uma fundação que auxilia os filhos de trabalhadores alemães desempregados? Mas, claro, sem mencionar de maneira nenhuma que eu lhe pedi isso.

LUDWIG: Dentro de algumas semanas o Sr. Umanskii receberá de mim um cheque no valor de mil marcos. Farei isso com prazer. Mas você não gostaria de considerar a possibilidade de contar o que você me disse? Aos olhos de milhares de pessoas, daquelas que não lhe consideram ou um Tsar cruel ou um bandido nobre, isso causaria uma impressão muito positiva sobre você.

STALIN: Eu sei que os senhores no campo inimigo podem pensar de mim do jeito que acharem melhor. Eu considero abaixo de mim tentar mudar as mentes desses senhores. Eles pensariam que eu estou buscando popularidade. Não, eu não quero que essa minha proposta seja publicada.*

LUDWIG: Em todo caso eu agradeço sua proposta. Nada semelhante jamais ocorreu com nenhuma figura política entre as dezenas que eu já encontrei. Eu admiro sua proposta não só porque você tem pensado nas crianças alemãs, mas porque você acabou de provar que é um verdadeiro internacionalista.

Sob quais circustâncias a completa unidade da classe trabalhadora sob a liderança de um único partido é possível?...

NOTAS

* Antes da edição de Stalin esta passagem tinha a seguinte redação: “Eu sei que eles podem pensar de mim do jeito que quiserem. Eu considero abaixo de mim tentar mudar as mentes daqueles que me consideram ou um “Tsar cruel” ou um “bandido nobre”. Eles pensarão que estou buscando popularidade. Não, eu não quero que nada disso seja impresso.”


Tradução de Glauber Ataide


Malditos comunistas!

Acabaram os jogos Pan-Americanos e mais uma vez ficamos atrás de Cuba. 

Mais uma vez!

Isso não está certo. Este paiseco tem apenas 11 milhões de habitantes e o nosso tem 192 milhões. Só a Grande São Paulo já tem mais gente que aquela ilhota.

Quanto à renda per capita, também ganhamos fácil. A deles foi de reles 4,1 mil dólares em 2006. A nossa: 10,2 mil dólares.

Pô, se possuímos 17 vezes mais gente do que eles e nossa renda per capita é quase 2,5 vezes maior, temos que ganhar 40 vezes mais medalhas que aqueles comunas. 

Mas neste Pan eles ganharam 58 ouros e nós, apenas 48. 

Alguma coisa está errada. Como eles podem ganhar do Brasil, o gigante da América do Sul, a sétima maior economia do mundo?

Já sei! É tudo para fazer propaganda comunista. 

A prova é que, em 1959, ano da revolução, Cuba ficou apenas em oitavo lugar no Pan de Chicago. Doze anos depois, no Pan de Cáli, já estava em segundo lugar. Daí em diante, nunca caiu para terceiro. Nos jogos de Havana, em 1991, conseguiu até ficar em primeiro lugar, ganhando dos EUA por 140 a 130 medalhas de ouro. 

Sim, é para fazer propaganda do comunismo que os cubanos se esforçam tanto no esporte. E também na saúde (eles têm um médico para cada 169 habitantes, enquanto o Brasil tem um para cada 600) e na educação (a taxa de alfabetização deles é de 99,8%). Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuba é 0,863, enquanto o nosso é 0,813. 

Tudo para fazer propaganda comunista!

Aliás, eles têm nada menos do que trinta mil propagandistas vermelhos na cultura esportiva. Ou professores de educação física, se você preferir. Isso significa um professor para cada 348 habitantes. E logo haverá mais ainda, porque eles têm oito escolas de Educação Física de nível médio, uma faculdade de cultura física em cada província, um instituto de cultura física a nível nacional e uma Escola Internacional de Educação Física e Desportiva. 

Há tantos e tão bons técnicos em Cuba que o país chega a exportar alguns. Nas Olimpíadas de Sydney, por um exemplo, havia 36 treinadores cubanos em equipes estrangeiras.

E existem tantos professores porque a Educação Física é matéria obrigatória dentro do sistema nacional de educação. 

Até aí, tudo bem. No Brasil a Educação Física também é obrigatória. 

A questão é que, se um cubano mostrar certo gosto pelo esporte, pode, gratuitamente, ir para uma das 87 Academias Desportivas Estaduais, para uma das 17 Escolas de Iniciação Desportiva Escolar (EIDE), para uma das 14 Escolas Superiores de Aperfeiçoamento Atlético (ESPA), e, finalmente, para um dos três Centros de Alto Rendimento.

Ou seja, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado. 

Pô, assim não vale!

Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza. 

Quero ver é eles ganharem tantas medalhas sendo como nós, um país onde a Educação Física nas escolas é, muitas vezes, apenas o horário do futebol para os meninos e da queimada para as meninas. Quero ver é eles ganharem medalhas com apoio estatal pífio, sem massificar o esporte, sem um aperfeiçoamento crescente e planejado. 

Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!

Malditos comunistas...


José Roberto Torero é formado em Letras e Jornalismo pela USP, publicou 24 livros, entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti e Livro do ano em 1995), Pequenos Amores (Prêmio Jabuti 2004) e, mais recentemente, O Evangelho de Barrabás. É colunista de futebol na Folha de S.Paulo desde 1998. Escreveu também para o Jornal da Tarde e para a revista Placar. Dirigiu alguns curtas-metragens e o longa Como fazer um filme de amor. É roteirista de cinema e tevê, onde por oito anos escreveu o Retrato Falado.

Cuba: potência no esporte

A tabela abaixo mostra o número de medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Panamericanos de Guadalajara, em 2011, versus o número de milhões de habitantes de cada país.

Como se pode ver, a Cuba socialista é uma potência nos esportes, muito à frente do segundo colocado.



Fonte: CubaDebate

Nós, os inimigos


O general Darke coordenou a confecção do documento

Matéria de Leandro Fortes na Carta Capital revela que exército brasileiro mantém prática de "infiltração de agentes de inteligência militar em organizações civis, notadamente movimentos sociais e sindicatos".

Em 24 de abril de 2009, sob as barbas do então presidente Lula e com o apoio do ministro da Defesa, Nelson Jobim, o Exército do Brasil produziu um documento impressionante. Classificado internamente como “reservado” e desconhecido, até agora, de Celso Amorim, que sucedeu a Jobim no ministério, o texto de 162 páginas recebeu o nome Manual de Campanha – Contra-Inteligência. Trata-se de um conjunto de normas e orientações técnicas que reúne, em um só universo, todas as paranoias de segurança herdadas da Guerra Fria e mantidas intocadas, décadas depois da queda do Muro de Berlim, do fim da ditadura e nove anos após a chegada do “temido” PT ao poder.

Há de tudo e um pouco mais no do-cumen-to elaborado pelo Estado Maior do Exército. A começar pelo fato de os generais ainda não terem se despido da prática de espionar a vida dos cidadãos comuns. O manual lista como potenciais inimigos (chamados no texto de “forças/elementos adversos”) praticamente toda a população não fardada do País e os estrangeiros. Citados de forma genérica estão movimentos sociais, ONGs e os demais órgãos governamentais, de “cunho ideológico ou não”. Só não explica como um órgão governamental pode estar incluído nesse conceito, embora seja fácil deduzir que a Secretaria de Direitos Humanos, empenhada em investigar os crimes da ditadura, seja um deles.

O manual foi liberado a setores da tropa por força de uma portaria assinada pelo então chefe do Estado Maior, general Darke Nunes de Figueiredo. Ex-chefe da segurança pessoal do ex-presidente Fernando Collor de Mello, Figueiredo é hoje assessor do senador do PTB de Alagoas. O texto é dividido em sete capítulos, com centenas de itens. O documento confirma oficialmente que o Exército desrespeita frontalmente a Constituição Brasileira. Em um trecho registrado como norma de conhecimento, descreve-se a política de infiltração de agentes de inteligência militar em organizações civis, notadamente movimentos sociais e sindicatos. O expediente, usado à farta na ditadura, está vetado a arapongas militares desde a Carta de 1988, embora nunca tenha, como se vê no documento, deixado de ser usado pela caserna.*

*Leia a íntegra da matéria na edição 668 de CartaCapital, nas bancas nesta sexta-feira 14


Governo ao resgate!

Clique na imagem para ampliar. Tradução abaixo.


Painel 1: Alguém nos ajude! Este banqueiro ganancioso deixou nossa economia à beira do colapso!

Painel 2: Como governo eu não posso assistir a tudo isso sem fazer nada... Eu preciso agir! Ao resgate!

Painel 4: Meu herói!

Fonte: LeftyCartoons

Despejo não - com Dandara eu luto! Comunicado das Brigadas Populares


DESPEJO NÃO - COM DANDARA EU LUTO!
COMUNICADO DAS BRIGADAS POPULARES

Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 de outubro de 2011

As Brigadas Populares – BP’s - comunica a todos/as a situação que passa a Ocupação-comunidade Dandara, espaço territorial localizada no Bairro Céu Azul, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Esta comunidade surgiu no dia 09 de abril do ano de 2009 com cerca de 200 famílias e foi crescendo rapidamente até contar com cerca de 1.000 famílias na atualidade.

Desde o primeiro dia de ocupação tentamos construir uma proposta de negociação com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, dirigida pelo prefeito Márcio Lacerda e com o Governo de Minas, que hoje é conduzido pelo governador Antônio Anastasia. Realizamos inúmeras audiências, solicitações de reuniões, atos públicos, sem, contudo, conseguirmos a abertura das negociações com os governos. Intransigentes em relação aos pobres e solícitos em relação aos empresários, o prefeito de BH e o governador de Minas viraram as costas para situação, deixando a cargo do judiciário a decisão em relação ao despejo. Não tiveram a grandeza de procurar evitar o conflito e defender os direitos sociais e humanos daqueles que lutam pelo bem mais básico, a moradia.

Em última audiência realizada na 20ª Vara Cível, com a presença das lideranças da Ocupação, assistidas juridicamente pela Defensoria Pública de MG, e da Construtora Modelo, por seus advogados, a única proposta de negociação defendida pela construtora apontava para a verticalização total da área, reprodução do mesmo modelo de segregação social vivenciado na cidade, com prédios destinados a moradia das famílias de menor poder aquisitivo e outros destinados a famílias de maior renda. E, ainda, não sendo suficiente, exigia que todos os moradores saíssem de suas casas, sem nenhuma garantia indenizatória ou de qualquer outro tipo, para que depois, supostamente, retornassem para apartamentos de 39,5 metros quadrados que seriam comprados via Minha Casa, Minha vida. Apresentamos uma contraproposta intermediária, que verticalizaria parte da área ocupada sem a remoção das famílias, mas a Construtora Modelo manteve-se intransigente em sua posição.

Assim, no dia 03/10/2011 recebemos a notícia que em dois dias seria publicada decisão do juiz da 20ª Vara Cível determinando expedição de mandado de despejo contra a Comunidade Dandara. Não houve nenhuma preocupação com o destino dos milhares de trabalhadores e trabalhadoras, crianças e idosos que poderão ser retirados à força pela polícia, sendo que a conseqüência disso será a violência, os espancamentos, abusos de crianças, e a possível morte de muitos. ANUNCIAMOS MAIS UMA VEZ O MASSACRE!!!

A Prefeitura de Belo Horizonte, o Governo de Minas e o Poder Judiciário acreditam que o despejo é uma solução, que com ele estarão resolvendo um “problema”. No entanto, qualquer consciência minimamente honesta percebe que o despejo gerará um conflito social sem precedentes na história de Belo Horizonte. Basta entender que são 1.000 famílias sem-teto, mais de 5.000 pessoas jogadas de uma vez só nas ruas, sem nenhum tipo de apoio ou alternativa de habitação.

A Ocupação Dandara representa uma solução para milhares de pessoas que moravam em áreas de riscos, em cubículos alugados, na rua e em situação de profunda vulnerabilidade social. No entanto, ao se organizar para reivindicar seus direitos, os moradores estão sendo tratados como problema por aqueles que lucram com as desigualdades e as injustiças.

Diante desta situação é necessário lucidez e grandeza, pois existem alternativas que podem evitar o despejo e o MASSACRE. Continuamos abertos às negociações e ao entendimento, como sempre estivemos. Acreditamos que algumas providências podem e devem ser tomadas para garantir o respeito à dignidade e à vida dos habitantes da Ocupação-comunidade Dandara. Por isso reivindicamos:

1) Suspensão imediata da ordem de despejo;
2) Que a Prefeitura de BH e o Governo do Estado abram negociações;
3) Que a Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte vote o projeto de lei que declara o perímetro da Ocupação-comunidade Dandara como uma área de interesse social para fins de moradia para a população de baixa renda. Levando, assim, a desapropriação da área pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Estas medidas evitarão a violência e oferecerão uma saída justa para todos. A área da Ocupação-comunidade Dandara oferece condições para que as famílias lá instaladas vivam com dignidade. E, ainda mais, pode ser administrada urbanisticamente para que outras famílias sem-teto que hoje se encontram nos mais de 100 núcleos de habitação, esperando na fila do Orçamento Participativo da Habitação, sejam também contempladas com moradias no mesmo local, contribuindo para diminuir o déficit habitacional do município de Belo Horizonte.

Convidamos mais uma vez a Sociedade Civil, apoiadores, ativistas e pessoas preocupadas com o destino da cidade para que reforcem a Campanha de Solidariedade e apoio à Ocupação Dandara, participando deste movimento em defesa de uma cidade justa, sem despejos e sem violência.
Participe das atividades realizadas na ocupação, acesse os blogs da organização e mantenha contato conosco:

CONTATOS

Rosa: militante da Frente Pela Reforma Urbana BP’s MG - moradora/coordenadora, cel.: 31 9287 1531 – E-mail: rosad2011 @ live.com
Junio: militante da Frente Pela Reforma Urbana das Bp’s MG, cel.: 031 86951966
Joviano Mayer, advogado e militante da Frente Pela Reforma Urbana das Bp’s MG: CEL.: 88154120
Rafael Bitencourt: militante da Frente Pela Reforma Urbana das Bp’s MG
Maria do Rosário (advogada): cel.: 31 9241 9092, E-mail: rosariofi2000 @ yahoo.com.br
Frei Gilvander Moreira, cel.: 31 9296 3040, e-mail:
gilvander @ igrejadocarmo.com.br

Obs.: Venha visitar a Comunidade Dandara. Consulte www.ocupacaodandara.blogspot.comwww.brigadaspopulares.org

Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
e-mail: gilvander @ igrejadocarmo.com.br
www.gilvander.org.br 
www.twitter.com/gilvanderluis
Facebook: gilvander.moreira
skype: gilvander.moreira

Entrevista rara de Fidel Castro à extinta Rede Manchete

Entrevista rara de Fidel Castro à extinta Rede Manchete.



Fonte: Na Práxis

Por dentro do Occupy Wall Street

Um ótimo vídeo sobre o movimento Occupy Wall Street, visto por dentro. Uma micro-comunidade se gestou ali durante as semanas de ocupação.


Filmes perdidos da URSS

Aproximadamente 70 filmes foram gravados na URSS entre o período de 1931-1940. Mas a maioria deles, infelizmente, foi perdida. Ou, pelo menos, se encontra temporariamente perdida.

Algumas das imagens acima, retiradas do filme  ”Blossoming Youth”, produzem uma indelével impressão por causa da vivacidade e da naturalidade de suas cores, o que era muito incomum para o cinema da época.

Entre as fotos se encontram também algumas tomadas de um evento esportivo, provavelmente de 1939, na qual se encontravam presentes Stalin e Kalinin, então presidente da URSS.

Essa surpreendente qualidade são evidência do alto grau de avanço da cultura e das artes na URSS sob a direção de Stalin. Dificilmente encontram-se produções de nível semelhante nos países capitalistas deste período.




























Fonte: Jornal A Verdade

Mais uma do camarada Koba!


3 de outubro é a data comemorativa da reunificação das Alemanhas divididas no pós-guerra. Há exatos 21 anos houve essa junção, ou, como muitos dizem, a anexação da Alemanha Oriental pela Ocidental, depois da derrota da União Soviética e a derrocada dos regimes comunistas no leste europeu.

A reunificação, portanto, seria um processo ainda em curso, e que levará anos e gerações. De qualquer modo, 3 de outubro é um dia de festa na Alemanha e particularmente em Berlim, a cidade destruída pela guerra e depois fraturada pelo Muro, esse grande equívoco histórico do regime comunista.

Seja como for, há um dado interessante a ser lembrado. A primeira Alemanha a se constituir legalmente foi a Ocidental. A criação da Alemanha Oriental foi uma reposta a este gesto "separatista", ambas gestadas ainda na década de 40.

A primeira proposta séria de reunificação das Alemanhas partiu de quem? Do camarada Koba, aliás, Josef Stalin, imaginem! (Ossip Koba era o nome de guerra do camarada nos tempos de clandestinidade no Partido Comunista). Foi feita num documento chamado de "Nota de Março", em 1952, através do chanceler Andrei Gromyko. Stalin propunha às potências ocidentais a criação de uma só Alemanha, unificada e desmilitarizada.

Ao longo do ano a proposta acabou rejeitada, à luz da doutrina mantida, sobretudo, pelos Estados Unidos a partir de um documento identificado pela sigla NSCR 68 (National Security Council Report 68), de 1950 (ainda ao tempo de Truman como presidente), mas também à luz do medo atávico da França e da Inglaterra de uma Alemanha unida. Também colaborou para a rejeição a avaliação de que uma Alemanha unificada, desmilitarizada e neutra na Guerra Fria que já galopava pelo mundo acabaria sendo inevitavelmente atraída para a órbita soviética.

A proposta de Stalin colocou a política norte-americana diante de um dilema. A primeira face do dilema era a de que ele poderia estar fazendo uma mera jogada para a platéia mundial, e assim encurralar os Estados Unidos num canto do ringue, além de caracteriza-los como "inimigos eternos" da unidade alemã. Stalin propunha uma Alemanha, livre, com liberdade de imprensa, pluripartidarismo (!), eleições livres, liberdade religiosa, etc.

Também propunha que um ano depois da adoção da proposta as potências vencedoras da Segunda Guerra (o Brasil também foi um vencedor da Segunda Guerra, mas não era uma potência...) deveriam retirar seus exércitos do território alemão. Além disso, a Alemanha deveria ter acesso irrestrito ao mercado internacional – e não deveria ter alianças militares.

A segunda face, porém, foi trazida à baila por James Warburg, banqueiro norte-americano nascido na Alemanha, num depoimento perante o senado em Washington, ainda no mês de março, logo após Gromyko ter entregado a famosa nota aos representantes das potências ocidentais. Warburg, que fora conselheiro de Roosevelt (embora se afastasse dele por causa de certas medidas do New Deal...) e era membro do Conselho de Relações Exteriores, afirmou que uma das dúvidas do governo norte-americano era a de que Stalin poderia muito bem não estar blefando ao fazer a proposta.

Isso poderia trazer muito mais incômodo para a posição norte-americana que, na época, à luz do NSCR 68, privilegiava a consolidação das posições militares ao invés da ação diplomática. A principal objeção norte-americana à proposta era a de que uma Alemanha livre deveria ter a liberdade de integrar a OTAN, cuja criação datava de 1949, e fora acelerada a partir de 1950 com a deflagração da Guerra da Coréia.

A proposta também não teve acolhida na Alemanha Ocidental (criada em maio de 1949, meses antes da criação da Alemanha Oriental, que foi uma retaliação), pois a orientação do então chanceler Konrad Adenauer (democrata-cristão) era privilegiar a integração daquela ao Ocidente. Durante 1950 houve uma troca de mensagens cada vez mais irritadas entre a União Soviética e as potências ocidentais, até que finalmente a proposta foi considerada definitivamente fora do jogo.

Noam Chomsky é citado como um dos que considera que Stalin provavelmente não estava blefando com sua proposta. É muito possível que não estivesse mesmo, pois um estado-tampão (como ficou sendo, mal comparando, o Uruguai entre o Brasil e a Argentina no século XIX...) neutro entre a órbita soviética e o ocidente seria melhor do que a permanente linha de confronto entre as duas Alemanhas. Stalin não deixava de ter razão, como muito bem demonstrou a crise de 1961, quando quase eclodiu um confronto armado entre blindados soviéticos e norte-americanos no ponto conhecido como "Checkpoint Charlie", cujas conseqüências seriam terríveis em escala mundial.

Até hoje se debate se a adoção da proposta de Stalin teria sido melhor ou não. Vá se saber! Mais uma do camarada Koba!

Flávio Aguiar



Che Guevara Vive!

Ato em memória aos 44 anos da imortalidade de Che Guevara. Exibição de documentário, debate e atividades culturais.

Data: 18/10/2011, terça-feira, às 19h00.
Local: AFFEMG - Rua Sergipe, 893, Funcionários - Belo Horizonte - MG.
Informações: (31) 9866-6898

Evento no Facebook:
https://www.facebook.com/event.php?eid=239804046067701


Truman marcou data para jogar 300 bombas na União Soviética


Em 1949, o governo dos EUA aprovou o plano “Dropshot”. Sinteticamente, tratava-se de jogar sobre a URSS 300 bombas atômicas e 250 mil toneladas de explosivos convencionais. O plano estabelecia uma data para o início do bombardeio atômico da URSS: 1º de janeiro de 1957. Como frisou o historiador que o revelou (após ser desclassificado da categoria de “secreto” em 1978), Anthony Cave Brown, “o plano americano Dropshot de guerra mundial contra a União Soviética foi elaborado em 1949 por uma comissão da Junta de Chefes de Estado Maior com autorização e conhecimento do presidente Truman” (“Dropshot. The United States Plan for War with the Soviet Union in 1957”, N.Y., 1978).

Durante quase 10 anos ele foi o norte da estratégia ianque em relação à URSS: “Dropshot, plano para uma terceira guerra mundial (....) governou o pensamento estratégico [americano] dos anos 50” (John J. Reilly, “World War in 1957”, Part I).

Como relata Brown, a data de 1957 era um adiamento. A anterior era 1º de janeiro de 1950. Na época, as 300 bombas eram todo o estoque nuclear dos EUA. Elas seriam jogadas sobre as 100 principais cidades soviéticas. Como não existiam ainda os mísseis balísticos intercontinentais, eram previstos 6.000 vôos para lançá-las, às milhares de toneladas de bombas “convencionais”. A Junta de Chefes de Estado Maior já havia começado os exercícios para atingir Moscou, Leningrado, os Urais, a área do Mar Negro, o Cáucaso, Arkhangelsk, Tashkent, Alma-Atá, Baikal e Vladivostok. Somente sobre a região do Mar Negro, seriam enviados 233 bombardeiros - e atiradas 32 bombas atômicas. Nesse momento, o nome dado ao plano era “Troiano”. Em suma, assumia-se que o ataque era de surpresa, à traição.

O bombardeio da URSS em 1950 não se levou a efeito porque a Força Aérea chegou à conclusão que – nas palavras de um dos seus comandantes, major-general Anderson – não podia “a) completar inteiramente a ofensiva aérea” planejada e “b) assegurar a defesa aérea dos EUA e Alaska”.

Daí o adiamento da guerra nuclear para 1957, quando, segundo pressupunha o plano Dropshot, já teriam resolvido esses detalhes – como se, nesse tempo, a URSS não aumentasse, como aumentou, a sua capacidade de se defender.

Com esse adiamento não concordava o general Curtis Le May, na época comandante da força aérea americana na Europa – e, depois, comandante da força aérea e membro da Junta de Chefes de Estado Maior até o governo Kennedy. Segundo Le May, era preciso imediatamente “despovoar vastas dimensões da superfície terrestre, deixando só vestígios da atividade material do homem” (Brown, pág. 5). Vinte anos depois, em suas memórias (“America in Danger”), Le May se queixaria: “tínhamos o poder de destruir por completo a Rússia sem machucarmos sequer as mãos”.

Desde 1945, logo depois de ter matado 250 mil civis em Hiroshima e 150 mil em Nagasáqui, o establishment ianque planejava outro ataque nuclear. Dessa vez a um país que era, na época, oficialmente aliado e amigo. Nesse ano, a Junta de Estado Maior fez uma lista de 20 cidades soviéticas para alvo de bombardeio atômico. As 20 cidades soviéticas eram: Moscou, Leningrado, Gorky, Kuibishev, Baku, Tashkent, Cheliabinski, Nizhni Taguil, Magnitorsk, Sverdlovsk, Novosibirisk, Omsk, Sarátov, Kazan, Perm, Tblisi, Novokuznetsk, Grozni, Irkutsk, Yaroslavl. Os EUA já haviam aprontado 196 bombas atômicas. A URSS não possuía nenhuma. A resolução 432/D do Comitê Conjunto de Planejamento Militar (14/12/1945) dizia: “segundo nossos cálculos, utilizando as 196 bombas atômicas que compõem 100% das reservas, os EUA estariam em condições de causar tal destruição que o golpe poderia ser decisivo”. E o documento 329 do Comitê Conjunto de Informação da Junta esclarece que espécie de destruição: “a capacidade de destruir concentrações humanas é uma das propriedades relevantes da arma atômica”.

Não se tratava de planejar “retaliação” em caso de suposta agressão. Não havia nem ameaça de agressão. Tanto a Junta quanto o Departamento de Estado reconheciam que a URSS “não era um perigo imediato”. A Junta queria fazer o ataque pelo risco de que os avanços tecnológicos da URSS a capacitassem a “um ataque aos EUA ou a defender-se de nosso ataque”. Em suma, queriam impedir qualquer possibilidade de resistência a submeter o mundo. E, acrescentavam, as bombas atômicas deviam ser usadas “para a destruição maciça de cidades” (Michael Sherry, “Preparing for the Next War. American Plans for Postwar Defense”, 1941-1945, Yale University Press, 1977, pág. 57).

Logo que produziram mais bombas, o plano foi ampliado: em 1948, o plano “Charioteer” previa no primeiro momento, 133 bombas atômicas sobre 70 cidades soviéticas (oito para Moscou e sete para Leningrado), e mais 200 bombas atômicas nos dois anos seguintes, além de 250 mil toneladas de bombas “convencionais”. Um plano derivado, o “Fleetwood”, previa a data de 1º de fevereiro de 1949, para o lançamento das 133 bombas atômicas (“Containment: Documents on American Policy and Strategy, 1945-1950”, NY, 1978).

Alguns meses depois, uma comissão chefiada pelo general Harmom, da Força Aérea, estimou que “A fase inicial da ofensiva atômica provocará, pelo menos, 2 milhões e 700 mil mortos e 4 milhões de vítimas adicionais”. O relatório Harmon terminava assim: “...as vantagens do uso imediato da arma atômica devem estar acima de tudo. Devem ser empreendidos todos os esforços razoáveis com o objetivo de preparar os meios para levar rápida e eficazmente o máximo número de bombas atômicas aos alvos planificados”.

Mas, então, a URSS produziu a sua primeira bomba atômica. Tornou-se impossível realizar o bombardeio nuclear da URSS sem contar com alguma resposta no mesmo nível. No entanto, não desistiram. Apenas adiaram a data para 1º de janeiro de 1957. Depois, já com Eisenhower (que, ao contrário de Truman, era extremamente enfronhado e interessado no assunto, ao ponto de não faltar a uma reunião do Conselho de Segurança Nacional durante oito anos - Truman foi a 11 delas entre mais de 50; Kennedy nem aparecia lá), foram feitas algumas correções: documentos dos anos 1954 e 1955 mostram que o ataque planejado para dois anos depois, era agora em 118 cidades soviéticas, que receberiam 750 bombas atômicas em apenas duas horas. Num desses documentos, havia a prazerosa observação: “Duas horas, e não restará mais do que um montão de ruínas radioativas”. (David A. Rosenberg, “A Smoking Radiation Ruin at the End of Two Hours”, International Security, 1982, p. 34).

A data de 1º de janeiro de 1957 teve também que ser abandonada. Os soviéticos, como era de se prever, tinham aumentado a sua capacidade de defesa, tonando inviável destruir a URSS, como diria o general Le May, “sem machucar sequer as mãos”. É verdade que nem isso os fez desistir de todo: em 1962, em meio ao bloqueio de Cuba, Le May e seus colegas da Junta de Estado Maior, e Robert Mcnamara, um moleque de recados de Nelson Rockefeller, propuseram a Kennedy o bombardeio nuclear da URSS, com a “garantia” de que podiam destruir os estimados 50 mísseis intercontinentais que os soviéticos tinham, antes que fossem disparados. Kennedy, que não era maluco, “não se entusiasmou e preferiu não testar a garantia” (John J. Reilly, “World War in 1957”).



Recorde no número de americanos na pobreza


O número de americanos vivendo na pobreza subiu para 46,2 milhões no último ano, conforme dados oficiais

Este é o número mais alto desde que o US Census Bureau iniciou sua coleta de dados em 1959.

Em termos de porcentagem, a taxa de pobreza subiu para 15,1%, comparado com 14,4% em 2009.

A definição estadunidense para pobreza é uma renda anual de $22.134,00 ou menos para uma família de quatro pessoas, e $11.139,00 para uma única pessoa.

O número de americanos vivendo abaixo da linha da pobreza subiu pelo quarto ano consecutivo, enquanto que a taxa de pobreza é a mais alta desde 1993.

Os dados também revelaram que a pobreza entre negros e hispânicos é maior do que entre o restante da população dos EUA.

O Census disse que 25,8% da população negra está vivendo na pobreza, assim como 25,3% da população hispânica.

Este relatório mostrou ainda que a média da renda familiar anual dos EUA caiu 2,3% em 2010, para $49.445,00.

Enquanto isso, o número de americanos sem planos de saúde permaneceu na faixa dos 50 milhões, e a taxa de desemprego por volta dos 9%.

Fonte: BBC

Sócrates: "A estrutura política cubana é extremamente democrática"


Abaixo um interessante trecho de uma entrevista do ex-jogador Sócrates ao jornalista Juca Kfouri.

Folha - Por falar nisso, em toda essa impressionante onda de carinho que cercou você nesses dias, há também quem diga que de democrata você não tem nada porque deu o nome de Fidel a seu caçula. É mais uma de suas contradições?

Sócrates - De fato, estou tirando muita coisa de positivo neste meu quase nascer de novo. Quanto ao Fidel Castro, símbolo da Revolução Cubana, como Che Guevara, as pessoas estão mal informadas. No nosso país se conhece muito pouco o que acontece fora daqui e mesmo aqui dentro. A estrutura política cubana é extremamente democrática. Eu queria que meu filho nascesse lá, eu queria ser um cubano. Nós estivemos lá agora, nós fomos passear! Peguei minha mulher e fui lá, passear, curtir lampejos de humanidade. Um povo como aquele, numa ilhota, que há mais de 60 anos briga contra um império, só pode ser muito forte, e ditadura alguma faz um povo tão forte. Ditadura não é tempo de serviço, necessariamente é qualidade de serviço. Em Cuba, o povo participa de tudo, em cada quarteirão. E aqui? Pra quem você reclama? Você vota e não tem pra quem reclamar.

Fonte: FSP




Hino da Internacional Socialista

Abaixo o hino da Internacional Socialista, com legendas em português e imagens ao fundo. Na semana passada eu havia feito uma primeira versão só com as legendas, mas uma única imagem estática por toda a música deu a impressão de estar "faltando alguma coisa".


Stalin está de olho em você


Os comunistas russos advertem aos oficiais corruptos: "Stalin está de olho em você". 

Este é o mote da campanha do novo comitê contra a corrupção, lançado pelo segundo maior partido da Rússia, o Partido Comunista. 

Os comunistas estão reivindicando os métodos de Stalin para combater a corrupção naquele que é considerado um dos países mais corruptos do mundo.

O comitê leva o nome de "J. V. Stalin", e a idéia é incentivar as pessoas comuns a denunciar e tornar públicas as informações sobre oficiais e funcionários públicos corruptos através de um site e de um número de telefone.

"Nós devemos trabalhar de tal maneira que o camarada Stalin ficasse orgulhoso de nós", diz uma versão piloto do site.

Fonte: The Telegraph


A Internacional (com legendas)

Abaixo o hino dos trabalhadores de todo o mundo, A Internacional, com legendas que adicionei em português.




Eduardo Galeano e a questão ambiental

Quatro frases que fazem o nariz do Pinóquio crescer:

1- Somos todos culpados pela ruína do planeta.

A saúde do mundo está feito um caco. "Somos todos responsáveis", clamam as vozes do alarme universal, e a generalização absolve: se somos todos responsáveis, ninguém é. Como coelhos, reproduzem-se os novos tecnocratas do meio ambiente. É a maior taxa de natalidade do mundo: os experts geram experts e mais experts que se ocupam de envolver o tema com o papel celofane da ambiguidade.

Eles fabricam a brumosa linguagem das exortações ao "sacrifício de todos" nas declarações dos governos e nos solenes acordos internacionais que ninguém cumpre. Estas cataratas de palavras - inundação que ameaça se converter em uma catástrofe ecológica comparável ao buraco na camada de ozônio - não se desencadeiam gratuitamente. A linguagem oficial asfixia a realidade para outorgar impunidade à sociedade de consumo, que é imposta como modelo em nome do desenvolvimento, e às grandes empresas que tiram proveito dele. Mas, as estatísticas confessam.

Os dados ocultos sob o palavreado revelam que 20% da humanidade comete 80% das agressões contra a natureza, crime que os assassinos chamam de suicídio, e é a humanidade inteira que paga as consequências da degradação da terra, da intoxicação do ar, do envenenamento da água, do enlouquecimento do clima e da dilapidação dos recursos naturais não-renováveis. A senhora Harlem Bruntland, que encabeça o governo da Noruega, comprovou recentemente que, se os 7 bilhões de habitantes do planeta consumissem o mesmo que os países desenvolvidos do Ocidente, "faltariam 10 planetas como o nosso para satisfazerem todas as suas necessidades". Uma experiência impossível.

Mas, os governantes dos países do Sul que prometem o ingresso no Primeiro Mundo, mágico passaporte que nos fará, a todos, ricos e felizes, não deveriam ser só processados por calote. Não estão só pegando em nosso pé, não: esses governantes estão, além disso, cometendo o delito de apologia do crime. Porque este sistema de vida que se oferece como paraíso, fundado na exploração do próximo e na aniquilação da natureza, é o que está fazendo adoecer nosso corpo, está envenenando nossa alma e está deixando-nos sem mundo.

2- É verde aquilo que se pinta de verde.

Agora, os gigantes da indústria química fazem sua publicidade na cor verde, e o Banco Mundial lava sua imagem, repetindo a palavra ecologia em cada página de seus informes e tingindo de verde seus empréstimos. "Nas condições de nossos empréstimos há normas ambientais estritas", esclarece o presidente da suprema instituição bancária do mundo. Somos todos ecologistas, até que alguma medida concreta limite a liberdade de contaminação.

Quando se aprovou, no Parlamento do Uruguai, uma tímida lei de defesa do meio-ambiente, as empresas que lançam veneno no ar e poluem as águas sacaram, subitamente, da recém-comprada máscara verde e gritaram sua verdade em termos que poderiam ser resumidos assim: "os defensores da natureza são advogados da pobreza, dedicados a sabotarem o desenvolvimento econômico e a espantarem o investimento estrangeiro."

O Banco Mundial, ao contrário, é o principal promotor da riqueza, do desenvolvimento e do investimento estrangeiro. Talvez, por reunir tantas virtudes, o Banco manipulará, junto à ONU, o recém-criado Fundo para o Meio-Ambiente Mundial. Este imposto à má consciência vai dispor de pouco dinheiro, 100 vezes menos do que haviam pedido os ecologistas, para financiar projetos que não destruam a natureza. Intenção inatacável, conclusão inevitável: se esses projetos requerem um fundo especial, o Banco Mundial está admitindo, de fato, que todos os seus demais projetos fazem um fraco favor ao meio-ambiente.

O Banco se chama Mundial, da mesma forma que o Fundo Monetário se chama Internacional, mas estes irmãos gêmeos vivem, cobram e decidem em Washington. Quem paga, manda, e a numerosa tecnocracia jamais cospe no prato em que come. Sendo, como é, o principal credor do chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial governa nossos escravizados países que, a título de serviço da dívida, pagam a seus credores externos 250 mil dólares por minuto, e lhes impõe sua política econômica, em função do dinheiro que concede ou promete.

A divinização do mercado, que compra cada vez menos e paga cada vez pior, permite abarrotar de mágicas bugigangas as grandes cidades do sul do mundo, drogadas pela religião do consumo, enquanto os campos se esgotam, poluem-se as águas que os alimentam, e uma crosta seca cobre os desertos que antes foram bosques.

3- Entre o capital e o trabalho, a ecologia é neutra.

Poder-se-á dizer qualquer coisa de Al Capone, mas ele era um cavalheiro: o bondoso Al sempre enviava flores aos velórios de suas vítimas... As empresas gigantes da indústria química, petroleira e automobilística pagaram boa parte dos gastos da Eco-92: a conferência internacional que se ocupou, no Rio de Janeiro, da agonia do planeta. E essa conferência, chamada de Reunião de Cúpula da Terra, não condenou as transnacionais que produzem contaminação e vivem dela, e nem sequer pronunciou uma palavra contra a ilimitada liberdade de comércio que torna possível a venda de veneno.

No grande baile de máscaras do fim do milênio, até a indústria química se veste de verde. A angústia ecológica perturba o sono dos maiores laboratórios do mundo que, para ajudarem a natureza, estão inventando novos cultivos biotecnológicos. Mas, esses desvelos científicos não se propõem encontrar plantas mais resistentes às pragas sem ajuda química, mas sim buscam novas plantas capazes de resistir aos praguicidas e herbicidas que esses mesmos laboratórios produzem. Das 10 maiores empresas do mundo produtoras de sementes, seis fabricam pesticidas (Sandoz-Ciba-Geigy, Dekalb, Pfizer, Upjohn, Shell, ICI). A indústria química não tem tendências masoquistas.

A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobre dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que podem pagar por eles. Chico Mendes, trabalhador da borracha, tombou assassinado em fins de 1988, na Amazônia brasileira, por acreditar no que acreditava: que a militância ecológica não pode divorciar-se da luta social. Chico acreditava que a floresta amazônica não será salva enquanto não se fizer uma reforma agrária no Brasil.

Cinco anos depois do crime, os bispos brasileiros denunciaram que mais de 100 trabalhadores rurais morrem assassinados, a cada ano, na luta pela terra, e calcularam que quatro milhões de camponeses sem trabalho vão às cidades deixando as plantações do interior. Adaptando as cifras de cada país, a declaração dos bispos retrata toda a América Latina. As grandes cidades latino-americanas, inchadas até arrebentarem pela incessante invasão de exilados do campo, são uma catástrofe ecológica: uma catástrofe que não se pode entender nem alterar dentro dos limites da ecologia, surda ante o clamor social e cega ante o compromisso político.

4- A natureza está fora de nós.

Em seus 10 mandamentos, Deus esqueceu-se de mencionar a natureza. Entre as ordens que nos enviou do Monte Sinai, o Senhor poderia ter acrescentado, por exemplo: "Honrarás a natureza, da qual tu és parte." Mas, isso não lhe ocorreu. Há cinco séculos, quando a América foi aprisionada pelo mercado mundial, a civilização invasora confundiu ecologia com idolatria. A comunhão com a natureza era pecado. E merecia castigo.

Segundo as crônicas da Conquista, os índios nômades que usavam cascas para se vestirem jamais esfolavam o tronco inteiro, para não aniquilarem a árvore, e os índios sedentários plantavam cultivos diversos e com períodos de descanso, para não cansarem a terra. A civilização, que vinha impor os devastadores monocultivos de exportação, não podia entender as culturas integradas à natureza, e as confundiu com a vocação demoníaca ou com a ignorância. Para a civilização que diz ser ocidental e cristã, a natureza era uma besta feroz que tinha que ser domada e castigada para que funcionasse como uma máquina, posta a nosso serviço desde sempre e para sempre. A natureza, que era eterna, nos devia escravidão.

Muito recentemente, inteiramo-nos de que a natureza se cansa, como nós, seus filhos, e sabemos que, tal como nós, pode morrer assassinada. Já não se fala de submeter a natureza. Agora, até os seus verdugos dizem que é necessário protegê-la. Mas, num ou noutro caso, natureza submetida e natureza protegida, ela está fora de nós. A civilização, que confunde os relógios com o tempo, o crescimento com o desenvolvimento, e o grandalhão com a grandeza, também confunde a natureza com a paisagem, enquanto o mundo, labirinto sem centro, dedica-se a romper seu próprio céu.


Maioria dos alemães orientais sente que a vida era melhor no comunismo

A notícia abaixo foi publicada pelo jornal alemão burguês Der Spiegel, em 2009. Apesar da notícia não ser tão nova e não concordamos com algumas das afirmações editorais sobre a Alemanha Oriental, ainda assim consideramos que seu conteúdo, por ser um testemunho obtido diretamente do inimigo de classe, possui grande força de persuasão. A pesquisa revela a superioridade do socialismo em relação ao capitalismo, comprovada diretamente por aqueles que viveram nos dois sistemas.

Obs: A notícia original é tão tendenciosa que em seu título lemos: "Nostalgia por uma ditadura". Confira a tradução inglesa neste link.


Maioria dos alemães orientais sente que a vida era melhor no comunismo

A apologia da República Democrática Alemã está em alta, duas décadas depois da queda do muro de Berlim. Os jovens e os mais ricos estão entre os que desaprovam as críticas segundo as quais a Alemanha Oriental era um "Estado ilegítimo". Numa nova pesquisa, mais da metade dos antigos alemães orientais defende a RDA.

A vida de Birger, nascido do Estado de Mecklenburg-Pomerânia Ocidental no nordeste da Alemanha, poderia ser vista como uma história do sucesso alemão. O muro de Berlim caiu quando ele tinha dez anos. Depois de se formar no colegial, ele estudou economia e administração em Hamburgo, morou na Índia e na África do Sul, e depois conseguiu um emprego numa companhia na cidade ocidental de Duisburg. Hoje, Birger, 30, planeja velejar no Mediterrâneo. Ele não quis usar seu nome verdadeiro nesta reportagem, porque não quer ser associado à antiga Alemanha Oriental, que ele vê como "um rótulo com conotações negativas."

Mesmo assim, sentado num café em Hamburgo, Birger defende o antigo país comunista. "A maioria dos cidadãos alemães orientais tinha uma vida boa", diz ele. "Com certeza, não acho que aqui é melhor." Por "aqui", ele quer dizer a Alemanha reunificada, que ele submete a comparações questionáveis.

"No passado havia a Stasi [polícia secreta da Alemanha Oriental], e hoje existe (o ministro de interior da Alemanha Wolfgang) Schäuble - ou o GEZ (o centro de arrecadação de impostos das instituições de rádio e televisão públicas da Alemanha) - que coleta informações sobre nós." Na opinião de Birger, não há diferenças fundamentais entre a ditadura e o momento atual. "As pessoas que vivem na linha de pobreza hoje não têm liberdade para viajar."

Birger não é de forma alguma um jovem sem instrução. Ele está consciente da espionagem e da repressão que aconteceram na antiga Alemanha Oriental, e, segundo ele, "não era uma coisa boa que as pessoas não pudessem sair do país, e muitos foram oprimidos". Ele não é fã do que acredita ser uma nostalgia desprezível pela antiga Alemanha Oriental. "Eu não construí um templo para adoração dos pickles Spreewald na minha casa", disse ele, referindo-se à conserva que fazia parte da identidade da Alemanha Oriental. De qualquer forma, ele não perde tempo em argumentar contra os que criticam o lugar que seus pais chamavam de lar: "Não dá para dizer que a RDA era um estado ilegítimo, e que tudo está bem hoje".

Como um defensor da ditadura da antiga Alemanha Oriental, o jovem compartilha da visão da maioria das pessoas da parte oriental da Alemanha. Hoje, vinte anos depois da queda do muro de Berlim, 57%, ou a maioria absoluta, de alemães orientais defendem a antiga Alemanha Oriental. "A RDA tinha mais pontos positivos do que negativos. Havia alguns problemas, mas a vida era boa lá", dizem 49% dos entrevistados. Oito por cento dos alemães orientais se opõem veementemente a todas s críticas à sua antiga terra natal e concordam com a declaração: "a RDA tinha, na maior parte, pontos positivos. A vida lá era mais feliz e melhor do que na Alemanha reunificada de hoje".

O resultado dessas pesquisas, divulgado na sexta-feira em Berlim, revela que a glorificação da antiga Alemanha Oriental atingiu o cerne da sociedade. Hoje, não é mais uma mera nostalgia eterna que chora a perda da RDA. "Uma nova forma de Ostalgia (nostalgia pela antiga RDA) se constituiu", diz o historiador Stefan Wolle. "A ânsia pelo mundo ideal da ditadura vai muito além das antigas autoridades governamentais." Até os jovens que quase não tiveram experiência com a RDA a estão idealizando hoje. "O valor de sua própria história está em jogo", diz Wolle.

As pessoas estão ignorando os defeitos da ditadura, como se as críticas ao Estado fossem um questionamento de seu próprio passado. "Muitos alemães orientais percebem as críticas ao sistema como um ataque pessoal", diz o cientista político Klaus Schroeder, 59, diretor de um instituto na Universidade Livre de Berlim que estuda o antigo Estado comunista.

Ele alerta a respeito dos esforços para subestimar a ditadora SED por parte dos jovens cujo conhecimento sobre a RDA é derivado principalmente de conversas familiares, e não tanto daquilo que aprenderam na escola. "Nem mesmo metade desses jovens na parte oriental da Alemanha descrevem a RDA como uma ditadura, e a maioria acredita que a Stasi era um serviço de inteligência normal", concluiu Schroeder num estudo de 2008 feito com estudantes. "Esses jovens não podem, e na verdade não querem, reconhecer o lado sombrio da RDA."

"Retirados do paraíso"

Schroeder fez inimigos com declarações como essa. Ele recebeu mais de quatro mil cartas, algumas delas furiosas, em resposta a reportagens sobre seu estudo. Birger, de 30 anos, também enviou um e-mail para Schroeder. O cientista político agora compilou uma seleção de cartas típicas para documentar o clima opinativo no qual a RDA e a Alemanha unificada são discutidas na parte oriental da Alemanha. Parte do material proporciona um insight chocante sobre os pensamentos dos cidadãos decepcionados e irritados. "Sob a perspectiva atual, acredito que fomos retirados do paraíso quando o muro caiu", escreveu uma pessoa, e um homem de 38 anos "agradece a Deus" por ter tido a chance de viver na RDA, acrescentando que só depois da reunificação da Alemanha ele observou a existência pessoas que temiam por sua existência, pedintes e pessoas sem-teto.

A Alemanha de hoje é descrita como um "Estado de escravos" e uma "ditadura do capital", e alguns autores das cartas rejeitam a Alemanha por ser, em sua opinião, muito capitalista ou ditatorial, e certamente não democrática. Schroeder acha essas declarações alarmantes. "Temo que a maioria dos alemães orientais não se identifiquem com o atual sistema sociopolítico."

Muitos dos autores das cartas são pessoas que não se beneficiaram da reunificação da Alemanha ou que preferem viver no passado. Mas também incluem pessoas como Thorsten Schön.

Depois de 1989, Shön, um artesão de Stralsund, cidade do mar Báltico, a princípio atingiu um sucesso depois do outro. Apesar de não ser mais dono do Porsche que comprou depois da reunificação, o tapete de pele de leão que ele comprou numa viagem à África do Sul - uma das muitas que fez ao exterior nos últimos 20 anos - ainda está estendido no chão de sua sala de estar. "Não há dúvida: eu tive sorte", disse o homem de 51 anos. O grande contrato que ele conseguiu durante o período após a unificação tornou as coisas mais fáceis para Schön abrir seu próprio negócio. Hoje ele tem uma visão clara de Strelasund direto da janela de sua casa avarandada.

"As pessoas mentem e trapaceiam em todo lugar hoje"

Objetos de Bali decoram sua sala de estar, e uma versão em miniatura da Estátua da Liberdade fica ao lado do seu DVD player. Apesar de tudo, Schön senta-se no sofá e conta com entusiasmo sobre os bons e velhos tempos na Alemanha Oriental. "Antigamente, as áreas de camping eram lugares onde as pessoas desfrutavam da liberdade juntas", diz ele. O que ele mais sente falta hoje é "daquele sentimento de companheirismo e solidariedade". A economia da escassez, completada pelas trocas, era "mais como um hobby". Se ele tem uma ficha na Stasi? "Não estou interessado nisso", diz Schön. "Além do mais, seria muito desapontador."

Sua avaliação sobre a RDA é clara: "No que me diz respeito, o que tivemos naquela época foi menos ditatorial do que temos hoje". Ele quer ver salários iguais e pensões iguais para os moradores da antiga Alemanha Oriental. E quando Schön começa a reclamar da Alemanha unificada, sua voz contêm um elemento de satisfação consigo mesmo. As pessoas mentem e trapaceiam em todo lugar hoje, diz ele, e as injustiças de hoje são simplesmente perpetradas de uma forma mais astuta do que na RDA, onde não se ouvia falar de salários de fome e pneus de carro cortados. Schön não tem nada a dizer sobre suas próprias experiências ruins na Alemanha atual. "Estou melhor hoje do que antes", diz ele, "mas não estou mais satisfeito."

O pensamento de Schön envolve menos a lógica fria do que a necessidade de defender seu ponto. O que o torna particularmente insatisfeito é "o modo falso como o Oeste pinta o Leste hoje". A RDA, diz ele, "não era um Estado injusto", mas "meu lar, onde minhas conquistas eram reconhecidas". Schön repete obstinadamente a história de como levou anos de trabalho duro para ele começar seu próprio negócio em 1989 -antes da reunificação, ele acrescenta. "Aqueles que trabalharam duro também foram capazes de se dar bem na RDA". Isso, diz ele, é uma das verdades que são persistentemente negadas nos programas de debate, quando os alemães ocidentais "agem como se os alemães orientais fossem todos um pouco tolos e ainda deveriam estar de joelhos em gratidão pela reunificação". O que exatamente há para ser celebrado, Schön se pergunta?

"Memórias tingidas de cor-de-rosa são mais fortes do que as estatísticas de pessoas tentando escapar e os pedidos de vistos de saída, e ainda mais fortes do que os arquivos sobre assassinatos no muro de Berlim e sentenças políticas injustas", diz o historiador Wolle.

São as memórias de pessoas cujas famílias não foram perseguidas e vitimizadas na Alemanha Oriental, de pessoas como Birger, de 30 anos, que diz hoje: "Se a reunificação não tivesse acontecido, eu também teria tido uma vida boa".

A vida como um cidadão da RDA

Depois de se formar na universidade, diz, ele teria sem dúvida aceitado uma "posição de gerência em alguma empresa", talvez da mesma forma que seu pai, que era o presidente de uma cooperativa de fazendeiros. "A RDA não tinha nenhuma influência na vida de um cidadão da RDA", conclui Birger. Essa visão é compartilhada por seus amigos, todos eles com estudo superior e filhos de ex-alemães orientais, nascidos em 1978. "Reunificação ou não", concluiu o grupo de amigos recentemente, de fato não faz diferença para eles. Sem a reunificação, suas opções de viagem seriam Moscou ou Praga, em vez de Londres e Bruxelas. E o amigo que trabalha no governo em Mecklenburg hoje provavelmente teria sido um oficial leal ao partido na RDA.

O jovem expressa suas visões de forma equilibrada e com poucas palavras, apesar de parecer um pouco desafiador em alguns momentos, como quando diz: "Eu sei, o que estou dizendo não é tão interessante. A história das vítimas é mais fácil de contar."

Birger não costuma mencionar sua origem. Em Duisburg, onde ele trabalha, quase ninguém sabe que ele é da Alemanha Oriental. Mas nessa tarde, Birger está disposto a contradizer "a história escrita pelos vitoriosos". "Na percepção do público, há apenas vítimas e carrascos. Mas as massas ficam à margem."

Eis alguém que se sente pessoalmente afetado quando o terror e a repressão da Stasi são mencionados. Ele é um acadêmico que sabe "que ninguém pode consentir com os assassinatos no muro de Berlim". Entretanto, no que diz respeito às ordens dos guardas no muro de matar os que tentassem fugir, ele diz: "Se há um grande sinal ali, você não deveria ir lá. Foi totalmente negligente".

Isso levanta uma antiga questão mais uma vez: existia uma vida real em meio à fraude? Subestimar a ditadura é visto como o preço que as pessoas pagam para preservar seu autorrespeito. "As pessoas estão defendendo suas próprias vidas", escreve o cientista político Schroeder, descrevendo a tragédia de um país dividido.

Por Julia Bonstein
Tradução: Eloise De Vylder