Onda de protestos só cresce nos EUA: agora é Ohio

Ataque furioso contra os trabalhadores: greve pode virar crime e dar cadeia em Ohio. Mais de 8.500 pessoas protestam, engrossando a onda de manifestações em vários pontos dos EUA.

A onda de protestos só cresce nos EUA. Uma multidão de 8.500 pessoas se reuniram no Parlamento de Ohio, na cidade de Columbus, contra o projeto de lei antitrabalhista conhecido como "Senate Bill 5", que era esperado para votação nesta terça, mas que ainda pode ser votado nesta semana.



O projeto, com apoio do governador republicano John Kasich, proibiria a negociação coletiva para 42.000 trabalhadores do estado, além de outros 19.500 trabalhadores da universidade estatal e do sistema de ensino. Ele também reduziria o direito de greve dos trabalhadores do estado ao permitir que os grevistas sejam substituídos permanentemente, além de proibir o aumento automático de salários, o direito de atestado médico para professores e forçaria os trabalhadores a pagar pelo menos 20% do valor do plano de saúde.

O projeto, em sua atual versão, é um ataque muito mais amplo aos direitos dos trabalhadores do que era em seu início. Uma emenda proposta pelo senador Shannon Jones eliminaria o direito de greve para todos os funcionários públicos. Trabalhadores que violarem a proibição estatal de greve terão retidos até o dobro do valor de cada dia de paralisação. Se a proibição violada for de um tribunal, a multa pode ser de até U$1.000,00 e 30 dias de cadeia.

Na manifestação desta terça (01/03/2011) estavam presentes estudantes, enfermeiros, professores e várias outras categorias do estado. A presença da polícia foi intensa, e o número permitido de pessoas na assembléia foi reduzido.

Um estudante da Universidade do Estado de Ohio que agitava a multidão invocou as lutas da Líbia, do Egito e da Tunísia, dizendo que os trabalhadores de Ohio deveriam seguir seu exemplo e se insurgir por mudanças sociais.

Apesar de ser dirigida contra o partido republicano e seu governo em Ohio, pode-se perceber através dos cartazes e dos discursos que os trabalhadores lutam contra ataques na queda do padrão de vida e por direitos democráticos, que estão sendo esmagados tanto por Democratas quanto por Republicanos.

Um trabalhador afirmou: "Não se trata de republicano ou democrata, mas sim de um assalto contra a classe trabalhadora e nossas famílias. Se não nos levantarmos agora, quem sabe como será o mundo para meus filhos?"


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