Tirem as mãos de Stalin!

Não permitam a reescrita da história!
Tirem as mãos de Stalin!


Hoje é aniversário do Stalin

Nesta última sexta-feira (21) celebrou-se o 133º aniversário de Joseph Stalin, o grande líder bolchevique e principal responsável pela derrota de Hitler e do nazi-fascismo na II Guerra Mundial e pela construção da maior experiência histórica de uma sociedade socialista. 

É um dia de reflexão para todos aqueles que querem construir uma sociedade mais justa, menos desigual. Stalin é um exemplo de abnegação, de disciplina, de firmeza para com os opressores do povo e de doação de toda sua vida pela causa da revolução.

Na foto acima Ushangi Davitashvili beija um busto de Stalin que possui no quintal de sua residência, na Geórgia.

Como lidar com fascistas


Monumento a Stalin restaurado na Geórgia


Uma estátua de Joseph Stalin que havia sido desmantelada em 2011 acaba de ser restaurada na cidade de Akhmeta, na Geórgia. Ela ainda está encoberta, aguardando por uma cerimônia de reabertura nos próximos dias.

Foi durante a noite que essa estátua desapareceu, em 17 de junho de 2011. A prefeitura, à época, afirmou que nada sabia sobre o paradeiro do momumento, e que não havia sido avisada sobre a medida. 

Stalin pode estar voltando também para Gori, sua cidade natal. É que em 25 de junho de 2010 uma estátua do líder bolchevique foi removida da praça principal da cidade, também durante a noite. A medida foi altamente polêmica, e houve protestos dos moradores exigindo a volta do monumento. Não se sabe exatamente onde a peça está atualmente, mas o novo governo, que tomou posse em outubro, prometeu restaura-la. Moradores de Gori também recolheram assinaturas para pressionar.

É altamente simbólico o fato dessas duas estátuas terem sido removidas durante a noite, quando quase ninguém podia ver. Lembra-nos inclusive o ato de dissolução da própria URSS, quando, também à noite, a bandeira vermelha com a foice e o martelo foi substituída pela bandeira nacional da Rússia no Kremlin.

Os ratos precisam agir à noite. Os inimigos do povo sabem que Stalin vive nos corações e mentes dos  trabalhadores conscientes de todo o mundo.


Declaração de 12 Partidos Comunistas da ex-URSS sobre o 95.º aniversário da Revolução de Outubro


Decorreram 95 anos desde a grande Revolução socialista de Outubro. Ela foi e continua a ser o maior acontecimento da história mundial recente. 

O significado mundial da Revolução de Outubro reside no facto de ela ter marcado uma nova era, a do socialismo, que garantiu conquistas tangíveis e incontestáveis aos trabalhadores que tomaram o poder sob a forma de Sovietes operários e camponeses. 

A ditadura do capital foi substituída por um verdadeiro poder popular fundado sobre a propriedade social dos principais meios de produção. Outubro revolucionou o movimento operário internacional. Foi sob a influência direta do seu exemplo que a maior parte dos Partidos Comunistas foi criada. As conquistas alcançadas pelo povo Soviético forçaram o mundo capitalista a fazer concessões sociais aos trabalhadores fora da URSS. 

Durante largos decênios, o país da Revolução de Outubro fixou as normas mais elevadas do mundo em termos de desenvolvimento econômico e direitos sociais, na ciência e na educação. A União soviética foi a principal força a contribuir para a vitória contra o fascismo no período da Segunda Guerra mundial. O heroísmo do povo Soviético inspirou centenas de milhares de combatentes dos movimentos de Resistência, movimentos nos quais os comunistas se encontravam na primeira linha. O movimento de libertação nacional dos povos oprimidos pelo imperialismo e o desmoronamento do sistema colonial teriam sido impossíveis sem a Revolução de Outubro. 

Apesar do refluxo temporário do Socialismo, continuamos fiéis aos ideais de justiça social e do internacionalismo e estamos convencidos das vitórias futuras deste "modo de produção" fraterno. A grande Revolução Socialista de Outubro permanece para todos os comunistas do mundo inteiro uma lição inesquecível, a de uma luta de classe conduzida pelos trabalhadores pelos seus interesses fundamentais. Ela deu ao proletariado mundial um exemplo imortal. Continuará a ser a nossa referência para o futuro.

Partidos signatários

Partido Comunista da Arménia
Partido Comunista do Azerbeijão
Partido Comunista da Abkhazia
Partido Comunista da Bielorrússia
Partido Comunista Unificado da Geórgia
Partido Comunista do Kazaquistão
Partido Comunista do Quirguizistão
Partido dos Comunistas da República da Moldávia
Partido Comunista da Ossétia do Sul
Partido Comunista da Federação Russa
Partido Comunista da Transnístria
Partido Comunista da Ucrânia

O legado histórico da Revolução Russa

Evento no dia 21/11/2012 (quarta), às 19hs, no SINDSEP. Endereço no cartaz abaixo, na cidade de Belo Horizonte.


Monumento de Lênin desmontado no centro de Ulan Bator


Em Ulan Bator, capital da Mongólia, um monumento de Lênin, erigido no centro da cidade há 58 anos, foi desmontado na presença de um grande número de pessoas e jornalistas.

Durante a desmontagem do monumento, um representante da administração da cidade interveio perante o público, fazendo lembrar que mais de 3.000 mongóis se tornaram vítimas de repressões nos tempos de Lênin e de Stalin. Mas o responsável não mencionou que foi nos tempos de Lênin que a Mongólia recebeu importante ajuda da URSS na luta pela independência.

Até o fim da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética foi o único país que reconheceu a independência da Mongólia.

Fonte: Voz da Rússia

KKE é uma tragédia grega


"Este verbalismo revolucionário [do KKE (Partido Comunista Grego)] na realidade é apenas um pretexto para não participar, para não contribuir na luta de massas popular para derrotar a troika e seu bando.

"Ao invés disso, a liderança do KKE permanece um passivo observador dessas "lutas desorientadas" e organiza em separado seus estéreis e inofensivos protestos. E uma vez punido por sua atitude, prefere ensinar o povo grego "que não compreende a linha do KKE e que deve retificar sua posição"! Talvez não preferiria a liderança do KKE "dissolver o povo e criar um outro"? Essa pretensiosa subestimação do povo grego acontece depois de dois anos de lutas populares que muitas vezes ultrapassou as táticas defensivas da esquerda, atingindo o corrupto sistema político burguês num todo e o núcleo das políticas da troika, acelerando sua queda..."

Leia todo o artigo (em inglês):


Tradução de O Marxista-Leninista

Lenin e a revolução mundial


O trecho abaixo são considerações de Lenin a Clara Zetkin sobre a revolução mundial, registradas no livro "Reminiscências de Lenin", de Zetkin. 

[...]
Considerada num todo, as decisões de nosso Terceiro Congresso* são muito satisfatórias. Elas tem uma importância histórica de longo alcance e realmente marcam um "ponto de virada" na Internacional Comunista. Elas indicam o fim do primeiro período de seu desenvolvimento em direção aos partidos de massa. É por isso que o Congresso tinha que fazer uma limpeza das ilusões "de esquerda" de que a revolução mundial continuará com sua velocidade relâmpago inicial, de que devemos ser impulsionados por uma segunda onda revolucionária e que isso depende apenas do partido e de suas ações para nos levar à vitória. Claro, é fácil "fazer" a revolução como um "ato glorioso do partido sozinho", sem as massas, no papel e no hall de um congresso, em uma atmosfera livre das condições objetivas. Mas essa não é uma concepção revolucionária, mas uma concepção completamente filistina. A "estupidez de esquerda" teve sua mais clara expressão na "Ação de março" e na "Teoria da ofensiva" alemãs.[...]


* Terceiro Congresso da Internacional Comunista.

Tradução de O Marxista-Leninista

Elementos da Filosofia de Hegel no pensamento de Marx


INTRODUÇÃO
Em 1837, enquanto ainda estudante de direito, Karl Marx começa a circular entre os jovens hegelianos de Berlim (BECKENKAMP, 2005). Essa aproximação se mostraria essencial para definir a direção de seu pensamento nos anos seguintes. De fato, o pensamento do jovem Marx pode ser compreendido, segundo Beckenkamp (2005, p. 64), como “uma progressiva superação do idealismo hegeliano e de diversas posições dos jovens hegelianos, culminando na formulação das concepções básicas do materialismo histórico.”
No entanto, por superação não se quer dizer total refutação de um sistema anterior, à maneira de algumas vertentes do ceticismo, por exemplo. Isso por si só já seria contrário à própria dialética hegeliana, mantida por Marx em vários aspectos. O próprio Hegel afirma, em relação a este tipo de ceticismo, que este não pode avançar e nem mesmo construir coisa alguma, pois está muito ocupado em destruir o que é erigido por outros sistemas, sendo que, após destruir tudo, fica ocioso, esperando até que algo de novo seja construído para ele novamente destruir:
“O cepticismo que termina com a abstração do nada ou do esvaziamento não pode ir além disso, mas tem de esperar que algo de novo se lhe apresente – e que novo seja esse – para jogá-lo no abismo vazio.” (HEGEL, 2011, p. 76)
Dessa forma, se a obra de Marx é uma progressiva superação do idealismo hegeliano, e se isso não quer dizer que tenha descartado por inteiro o sistema que constitui seu ponto de partida, quais foram os pontos do pensamento de Hegel que foram continuados através da obra de Marx? É o que tentaremos apontar de maneira muito resumida nas próximas páginas.
EVOLUÇÃO, RUPTURA OU AMBOS?
Segundo Poulantzas (1981), o pensamento de Marx não deve ser considerado como uma mera evolução do pensamento de Hegel. Antes, por se tratar de uma nova ciência, ele se constitui, como sistema, numa ruptura efetiva com as ordenações de noções ideológicas anteriores.
Se é verdade que o marxismo se forjou historicamente a partir das constelações teóricas que o precederam, não é menos verdade que, ao construir um objeto novo, ele muda de terreno, o que implica a descoberta de conceitos originais. (POULANTZAS, 1981).
A obra do jovem Marx é fortemente influenciada por Hegel, e é nela que encontramos sua primeira tentativa sistemática para a superação do sistema hegeliano: sua dissertação de doutorado Diferença da filosofia da natureza democrítica e epicureia, escrita em 1840-1841. Marx toma aqui a tese central de Hegel de que “estão inteiramente representados nos epicureus, estoicos e céticos todos os momentos da autoconsciência, só que cada momento como uma existência particular.” (BECKENKAMP, 2005, p.65).
Segundo Lefebvre (2009), Marx aprofundou a lógica hegeliana e continuou a elaboração do método dialético, retomando o esforço empreendido por Hegel na Fenomenologia do Espírito de esboçar uma história geral da Consciência Humana, retendo, principalmente, sua célebre noção de alienação. No entanto, deve-se ter presente que essa empresa de Marx não consiste numa mera retomada das “categorias da dialética hegeliana, extraídas do idealismo e transplantadas para o materialismo.” (POULANTZAS, 1981, p. 160)
Marx via na dialética de Hegel “a doutrina do desenvolvimento mais vasta, mais rica de conteúdo e mais profunda, a maior aquisição da filosofia clássica alemã.” (LENINE, 1986, p. 9) Um dos elementos desenvolvidos por Hegel e continuado no pensamento de Marx é a constatação de que a análise suficientemente aprofundada da realidade atinge elementos contraditórios. Segundo Lefebvre (2009), a importância da contradição escapou a Descartes e até a Kant. Somente Hegel a tinha percebido, tendo Marx aplicado posteriormente a hipótese hegeliana às condições sociais, econômicas e políticas.
No entanto, apesar da dialética hegeliana “ter chamado a atenção para a importância primordial da contradição em todos os planos (da natureza e da história)” (LEFEBVRE, 2009, p. 33), Hegel acreditou poder definir abstratamente a contradição em geral. Em seguida, se utilizou dessa definição lógica (formal) para reconstruir as contradições reais, os movimentos reais, só que de maneira puramente especulativa, metafísica, apesar da reconstrução do real empreendida por Hegel analisar números conhecimentos adquiridos e outros tantos fatos concretos.
Marx, em sentido inverso, afirma que “a ideia geral, o método, não dispensa de capturar cada objeto em sua essência” (LEFEBVRE, 2009, p. 34). Ou seja, o método é apenas um guia, uma orientação para a razão no processo de conhecimento de cada realidade. Desta feita, a lógica (formal) se submete à matéria estudada, ao conteúdo.
Assim, Marx chega à conclusão de que as ideias que se tem sobre as coisas e o mundo não são mais do que o mundo material refletido na cabeça das pessoas, ou seja, são construídas a partir do contato ativo com o mundo exterior por meio de um processo complexo de que participa toda a cultura. Tais desenvolvimentos de Marx sobre o método hegeliano deitam a base, portanto, do materialismo histórico.
Segundo Poulantzas (1981), a grande ruptura de Marx com a problemática teórica que lhe era anterior, principalmente na filosofia da história de Hegel, é que nesta
“os diversos domínios da realidade social, a economia, o Estado, a religião, a arte, etc., as suas relações e os seus princípios de inteligibilidade, fundam-se na sua origem genética, a partir de um sujeito criador da sociedade e princípio unilinear, no seu autodesenvolvimento da História. Trata-se de uma totalidade circular: todas essas totalidades se consideram engendradas por um centro, constituindo assim expressões desse sujeito central. […] Esse sujeito-essência é, para Hegel, o espírito absoluto.”
Aqui então Marx rompe com a problemática do sujeito e da essência na sua forma especulativa, sendo para ele qualquer forma de sociedade uma estrutura composta de certos níveis objetivos (como o econômico, o político, o ideológico, por exemplo), estrutura no interior da qual o nível econômico tem sempre um papel preponderante, um papel de determinação em última instância do todo. (POUlANTZAS, 1981)
No posfácio à segunda edição de O Capital Marx afirma que seu método dialético é, em seus fundamentos, não apenas diferente do hegeliano, mas exatamente o seu oposto. Para Hegel o processo de pensamento - o qual ele até transforma em um sujeito independente sob o nome de “Ideia” - é o criador do mundo real, e o mundo real é a aparência externa da ideia. No entanto, o que acontece é o oposto: o ideal não é nada além do mundo refletido na mente do homem, e traduzido nas formas do pensamento.
Apesar da “mistificação” que a dialética sofreu nas mãos de Hegel, isso não impediu que ele fosse, no entanto, a apresentar sua forma geral do movimento de uma maneira compreensível e consciente. Em Hegel a dialética está de cabeça para baixo, e é necessário invertê-la para descobrir o cerne racional que se encontra dentro desta aparência mística (MARX, 1990).
Para Marx, a grande realização do idealismo alemão e de sua crítica materialista seria “a compreensão do homem como autor de suas representações e como ser genérico a se realizar enquanto gênero humano." (BACKENKAMP, 2005, p. 71-72) Tal realização do homem teria lugar, segundo Marx, no comunismo, que seria a negação da propriedade privada, a qual, por sua vez, é a negação da verdadeira essência do homem no seio do mundo material e sensível (BACKENKAMP, 2005). Ou seja, o comunismo seria a negação da negação.
Feuerbach havia interpretado de maneira empobrecedora a dialética hegeliana da negação da negação, deixando escapar o que ela tinha de mais interessante. Marx então se propõe a resgatá-la, o que pode ser encontrado nos Manuscritos de 1844. (BACKENKAMP, 2005)
Nos Manuscritos Marx interpreta a dialética da negação da negação como uma expressão abstrata e especulativa do movimento da história:
Mas na medida em que Hegel compreendeu a negação da negação, segundo a relação positiva nela presente, como o realmente e único positivo, segundo a relação nela presente, como o único e verdadeiro ato e auto-atuação de todo ser, ele apenas encontrou a expressão abstrata, lógica, especulativa para o movimento da história, a qual ainda não é história real do homem como um sujeito pressuposto, mas apenas ato de criação, história do surgimento do homem. (BECKENKAMP, apud MARX, 2005, p. 80)
Marx efetua então uma síntese de Hegel e Feuerbach. Hegel, ao pensar o movimento histórico ou a natureza humana como algo que se faz na história, teria pensado o que Feuerbach não logrou pensar. Faltava ao materialismo feuerbachiano a dimensão histórica, a qual é pensada pela dialética hegeliana, só que de forma idealista. (BECKENKAMP, 2005)
Assim, “mesmo que em Hegel não seja compreendida a história real do homem, pelo menos encontra-se nele a perspectiva do pensamento histórico.” (BECKENKAMP, 2005, p. 80)
Hegel conservador, Marx revolucionário?
O conjunto da doutrina de Hegel deu grande margem a que nela se abrigassem as mais diversas ideias partidárias práticas (ENGELS, 1975), como ficou historicamente demonstrado pelas alas hegelianas de esquerda e de direita. Mas era Hegel de fato um conservador? Se sim, como pôde Marx, a partir do sistema hegeliano, desenvolver um pensamento revolucionário?
A tese de Hegel de que “tudo o que é real é racional; e tudo o que é racional é real” teria sido, segundo Engels (1975, p. 82), interpretada de maneira equivocada como “a santificação de tudo que existe, a bênção filosófica dada ao despotismo, ao Estado policial, à justiça de gabinete” e à censura, inclusive por Frederico Guilherme III e seus súditos.
Assim, afirma Engels, esta tese hegeliana, aplicada ao estado prussiano da época, permitia
uma única interpretação: este estado é racional, corresponde à razão, na medida em que é necessário; se, no entanto, nos parece mau, e continua existindo, apesar disso, a má qualidade do governo justifica-se e explica-se pela má qualidade correspondente de seus súditos. Os prussianos da época tinham o governo que mereciam. (ENGELS, 1975. p. 82)
No entanto, pergunta Engels (1975), não era também real república romana, assim como o império romano que a substituiu? Não havia se tornado irreal a monarquia francesa em 1789, isto é, “tão destituída de toda necessidade, tão irracional, que teve de ser varrida pela grande Revolução” (ENGELS, 1975, p. 82), da qual Hegel falava sempre com grande entusiasmo? Aqui, portanto, o irreal era a monarquia e o real, a revolução.
Desta feita, considerando que os estados e os sistemas políticos passam de reais a irreais, eles perderiam assim seu caráter de necessidade, seu direito de existir, seu caráter racional, tornando a tese de Hegel em seu contrário:
tudo que é real, nos domínios da história humana, converte-se em irracional, com o correr do tempo; já o é, portanto, por seu próprio destino, leva previamente, em si mesmo, o germe do irracional, e tudo que é racional na cabeça do homem está hoje com a aparente realidade existente. (ENGELS, 1975, p. 82)
A tese de Hegel se resolveria, portanto, segundo as regras de seu próprio método dialético, nesta outra: “tudo o que existe merece perecer” (ENGELS, 1975, p. 82).
Nisso residiria, segundo Engels (1975), o caráter revolucionário da filosofia hegeliana, pois ela acabou com o caráter definitivo de todos os resultados do pensamento e da ação do homem. Para Hegel, a verdade que a filosofia procurava conhecer já não era uma coleção de teses dogmáticas fixas, mas residia no próprio processo do conhecimento, através do longo desenvolvimento histórico da ciência, da filosofia, nos demais ramos do conhecimento e no domínio da atividade prática.
Se é possível, portanto, reconhecer um aspecto conservador nesta tese de Hegel quando ela legitima determinadas formas sociais, este conservadorismo é apenas relativo. Seu caráter revolucionário, pelo contrário, é absoluto – na verdade, “a única coisa absoluta que ele deixa de pé” (ENGELS, 1975, p. 83).
A alienação
A teoria filosófica da alienação, trazida até nós pela metafísica e pela religião, foi retomada na modernidade por Hegel, mas foi Marx quem lhe atribuiu seu sentido dialético, racional e positivo (LEFEBVRE, 2009).
Os metafísicos definiam o humano por um único de seus atributos: o conhecimento ou a razão. Assim, todos os outros aspectos do homem eram relegados a segundo plano e considerados desumanos. Para Platão, por exemplo, “a vida, a natureza e a matéria são 'o outro' aspecto da Ideia pura (do Conhecimento), isso é, sua decadência.” (LEFEBVRE, 2009, p. 39-40)
Na religião tanto o humano quanto o desumano aparecem como uma alienação da verdade eterna, como uma queda da condição divina. Tal concepção, no entanto, foi superada pelo homem moderno, para o qual o humano pode ser discernido do desumano. Contudo, tal demarcação não consiste prova de que eles possam ser definidos abstratamente, e menos ainda que se possa negar o desumano por meio de um ato de pensamento ou de condenação moral.
A aplicação da dialética à história humana efetuada por Marx demonstra que o humano precisou desenvolver-se ao longo da história, e que isso não foi feito de forma harmoniosa. O desumano através da história é um fato, assim como o humano, e ambos estão indissociavelmente misturados até o emergir da consciência moderna. Tal constatação, explicada pela dialética e elevada à posição de verdade racional conclui portanto que
o homem só poderia ter se desenvolvido através de contradições; portanto, o humano só poderia ter se formado em oposição ao desumano, inicialmente misturado com ele, para enfim ser discernido através de um conflito e dominá-lo pela resolução desse conflito. (LEFEBVRE, 2009, p. 39-40)
Marx nos traz, então, um sentido preciso à confusa teoria da alienação, liberta das interpretações místicas e metafísicas, ao separá-la de toda hipótese fantasiosa sobre a queda do homem, o pecado, a decadência, o mal, etc. (LEFEBVRE, 2009, p. 39-40)
A alienação do homem se define, então, não religiosa, metafísica ou moralmente. Estes aspectos, pelo contrário, apenas contribuem para alienar o homem, arrancando-o de si mesmo, afastá-lo de sua natureza real e de seus verdadeiros problemas. (LEFEBVRE, 2009)
Para o marxismo, a alienação do homem contemporâneo, ou seja, na atual etapa do desenvolvimento histórico, se manifesta no relacionamento do homem com seus fetiches, o qual se manifesta como um desarraigamento de si e uma perda de si mesmo. Este conflito só pode ser resolvido pela destruição dos fetiches, por meio da supressão progressiva dos fetichismo e da recuperação humana dos poderes que os fetiches utilizavam contra o homem. O homem só se torna humano criando um mundo humano, mundo este que é a proposta do comunismo. (LEFEBVRE, 2009)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se dizer que o pensamento de Marx é, de certa forma, uma evolução e uma ruptura da filosofia de Hegel. Em contato com os círculos hegelianos desde quando ainda estudante de direito, a influência deste último pode-se fazer sentir principalmente nas obras do jovem Marx. Ao tomar de empréstimo o método dialético hegeliano e categorias como a de alienação, a novidade trazida por Marx nestes campos consistiu em aplicar ao domínio da vida material e das relações de produção o que antes se encontrava circunscrito apenas ao pensamento ou à consciência. As contradições que Hegel identificava na consciência Marx as identificou como oriundas do mundo material, colocando, assim, Hegel sobre seus próprios pés, pois que se encontrava “de cabeça para baixo” (MARX, 1990).
BIBLIOGRAFIA
BECKENKAMP, Joãosinho. Seis Modernos. Pelotas: EGUFPel, 2005.
ENGELS, Friedrich. Ludwing Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã. In: MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Textos. São Paulo: Edições Sociais, 1975.
HEGEL, Georg Wilhelm. Fenomenologia do Espírito. 6ª ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
LEFEBVRE, Henri. Marxismo. Porto Alegre: L&PM, 2009.
LENINE, V. I. Karl Marx. In: Obras Escolhidas. São Paulo: Alfa e Ômega, 1986.
MARX, Karl. Capital. London: Penguin Books, 1990.
POULANTZAS, Nicos. Marx e Engels. In: CHÂTELET, François. História da Filosofia. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1981.
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Filosofia da práxis. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
Autor: Glauber Ataide

Nenhum esforço será em vão


"Entre na batalha,
nela ninguém perde.
Mesmo para aquele que perde
Seus feitos ainda prevalecem"
(William Morris, 1834-1896, poeta socialista)

URSS venceria as Olimpíadas de Londres 2012

Mais de 20 anos depois da dissolução do bloco soviético, os países que outrora fizeram parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS - ainda ecoam um passado de glória fazendo sentir a força do esporte no socialismo. Mesmo com toda a decadência trazida pelo capitalismo nessas duas últimas décadas de retrocesso (incluindo nos esportes), a URSS seria a grande vencedora das Olimpíadas de Londres 2012. Confira o quadro de medalhas abaixo (atualizado em 12/08/2012).

POSIÇÃOPAÍSOUROPRATABRONZE           TOTAL
3RÚSSIA     24253382
12UCRÂNIA65920
18CAZAQUISTÃO71513
20BIELORÚSSIA35513
25AZERBAIJÃO22610
31GEÓRGIA1337
43LITUÂNIA1124
47UZBEQUISTÃO1034
52ARMÊNIA    0123
56LETÔNIA1012
58ESTÔNIA    0112
64MOLDÁVIA0022
79TADJIQUISTÃO0011
86QUIRGUISTÃO0000
86TURCOMENISTÃO0000
POSIÇÃOPAÍSOUROPRATABRONZE           TOTAL
1URSS464473163
2EUA452929103
3CHINA38272287

A humilde casa de uma criança que viria a ser um grande líder

Clique na imagem para ampliar.

A humilde casa onde Stalin nasceu e viveu até seus 4 anos de idade na cidade de Gori, Georgia. 

A nova fachada e as colunas foran adicionadas posteriormente, ao se transformar a casa em museu.

Site do Museu do Stalin: http://stalinmuseum.ge

Ateísmo, Comunismo e Alienação


"Mas o ateísmo e o comunismo não constituem uma fuga, uma abstração, uma perda do mundo objetivo produzido pelos homens e pela objetivação de suas faculdades. Não são um empobrecimento que retorne de novo à simplicidade antinatural, primitiva. Constituem antes a primeira emergência real, a legítima atualização da natureza do homem como algo de real." (Karl Marx, Manuscritos econômico-filosóficos).

Hoje é aniversário da invasão de Hitler à União Soviética


Reproduzo abaixo texto do historiador Grover Furr sobre a invasão da Alemanha de Hitler à URSS em 22 de junho de 1941, enviado à lista de discussão Stalinists.

Queridos amigos e colegas:

Em 22 de junho de 1941, o exército de Hitler invadiu a União Soviética.

Durante vários meses, o Exército Vermelho recuou. Em outubro, e novamente em dezembro, o Exército Vermelho contra-atacou, empurrando as forças fascistas de volta. Esta foi a primeira vez que as forças lideradas pelos nazistas foram detidas: as forças francesas e britânicas haviam sido rapidamente dominadas pela Wehrmacht (exército alemão).

A URSS foi invadida não só pela Alemanha. A maior parte da Europa continental, ocupada pela Alemanha, colocou seus recursos materiais, industriais e humanos a serviço da invasão. As unidades militares de quase todos os países europeus lutaram ao lado do exército nazista. É melhor, portanto, se referir às forças armadas de Hitler como as Forças "Fascistas".

Finlândia, Romênia, Hungria e Itália também declararam guerra contra a URSS e enviaram em grande escala exércitos para a invasão. Estes mesmos exércitos colaboraram no assassinato em massa de civis soviéticos, cerca de 15 milhões dos quais foram mortos, incluindo cerca de 4 milhões dos 6 milhões de judeus mortos pelo fascistas.

O Exército Vermelho enfrentou 80% de todos as forças fascistas (alemães e aliados), muito mais do que todos os aliados ocidentais. Mais soldados soviéticos foram mortos na tomada de Berlim do que soldados americanos foram mortos durante a guerra inteira.

O Exército Vermelho salvou a Europa do fascismo.

Os aliados ocidentais haviam tentado arduamente ajudar Hitler a conquistar a URSS. Há uma enorme quantidade de evidências disso. Os mais famosos exemplos são:

* A venda de "Munique" de outubro de 1938, onde o Reino Unido e a França deram a  Checoslováquia Democrática a Hitler, sem sequer informar o governo checo (primeiro os Sudetos, e então em março de 1939 o resto do país). O Banco da Inglaterra chegou até a transferir reservas de ouro checo para Hitler!

* A recusa do governo britânico em agosto de 1939 em assinar um mútuo tratado de defesa com a URSS contra a Alemanha nazista, garantindo assim a vitória de Hitler contra a Polônia em setembro de 1939.

* A recusa da Grã-Bretanha e da França em defender a Polônia, quando Hitler a invadiu em 1 de setembro de 1939, apesar de seu tratado de defesa mútua com este país.

* A "guerra falsa" de setembro de 1939 a maio de 1940, quando França e Reino Unido, embora formalmente em guerra com Hitler, recusaram-se a lutar contra suas forças.

* A tentativa do Reino Unido e da França de enviar um exército para lutar contra a URSS no lado pró-alemão da Finlândia durante a Guerra Russo-finlandesa de Dezembro de 1939 a março de 1940.

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A vitória soviética anunciou o avanço do comunismo em todo o mundo. Isso amedrontou os capitalistas, que começaram a inventar mentira após mentira sobre o papel soviético na guerra, sobre Exército Vermelho e  sobre as forças comunistas em geral.

Estas mentiras se acumularam, e continuam a se espalhar como "verdades". Uma recente coleção de tais falsidades é o livro do professor de Yale, Timothy Snyder, Bloodlands. É mais uma tentativa de igualar Stalin e Hitler, comunismo e fascismo. Existem muitas outras mentiras sobre o papel soviético na derrota dos nazistas. É importante expor tais mentiras - apesar disso nunca fazer os anticomunistas parar de espalhá-las e inventar outras.

Enquanto isso, a Segunda Guerra Mundial é retratada nos países capitalistas do Ocidente como "a boa guerra". Um bom livro que desmascara esse mito é o de Jacques Pauwels, The myth of the Good War (http://www.formaclorimerbooks.ca/Book/1033/The-Myth-of-the-Good-War.html)

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Hoje um novo fascismo avança. Sem o exemplo e a ameaça de um bloco socialista, os capitalistas do mundo não tem nenhuma razão para não rebaixar os padrões de vida dos trabalhadores o tanto quanto puderem.

Em todo o mundo as forças capitalistas estão atacando os salários, os benefícios e os padrões de vida dos trabalhadores. Na Europa, o estado de bem-estar social está sob forte ataque. Nos EUA o pouco de bem-estar social que havia está sendo rapidamente desmantelado.

Para apoiar este novo fascismo as velhas forças do nacionalismo extremista (patriotismo), do racismo, da xenofobia (ataques a imigrantes), do anti-semitismo, do preconceito anti-homossexual, do sexismo, do obscurantismo religioso, e do anticomunismo estão avançando com renovada intensidade.

Os capitalistas tem como objetivo chamar a atenção dos trabalhadores para estas questões em vez dos fatos básicos da exploração capitalista. Enquanto isso, os capitalistas ficam mais e mais ricos.

Tal como no passado, a lógica de toda a exploração capitalista é concorrência internacional e guerras - eventualmente outra guerra mundial, se não várias guerras massivas. Sem obstruções, o capitalismo conduz à guerra para a conquista imperial, ou imperialismo; e guerras entre os capitalistas para dividir o mundo.

Este é um futuro muito sombrio! A questão é: O que podemos fazer sobre isso?

A resposta é: Nós precisamos de outro movimento mundial para o comunismo! Um que aprendeu com os erros dos movimentos comunistas do século 20 e que construa sobre os seus sucessos.

Não vejo outro caminho adiante para nós e para aqueles que virão depois de nós.


E você? Então, vamos lá!

Atenciosamente,

Grover Furr

Planejados novos monumentos a Stalin na Ucrânia


O Partido Comunista Bolchevique de Toda a União Soviética planeja erigir monumentos ao líder revolucionário Josef Stalin em quatro cidades da Ucrânia no próximo dia 7 de maio como parte das comemorações do Dia da Vitória. Os monumentos estão planejados para as cidades de Kiev, Lviv, Odessa e Dnepropetrovsk.

"Graças aos seus méritos e à vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial, o Exército Vermelho libertou o território ocupado da Ucrânia, restaurando assim a liberdade ao povo ucraniano", diz um pronunciamento oficial do partido.

"É nosso dever sagrado comemorar esta vitória e aqueles que a venceram. A personalidade de Stalin é um exemplo de um lutador comprometido com a liberdade e com os direitos iguais e deve servir como exemplo para as novas gerações".

A experiência olha para o passado e lança um radioso olhar de esperança para o futuro

A experiência olha para o passado e lança um radioso olhar de esperança para o futuro.



Foto do 1º de maio na Rússia.

Por que implicar só com a foto do Stalin nos cadernos?


Ainda sobre a questão dos cadernos de Stalin, que provocaram grande polêmica na Rússia, algumas ponderações precisam ser colocadas. É preciso deixar claro que a resistência à foto do líder bolchevique na coleção não é de cunho moral, como às vezes a burguesia tenta colocar. A discussão subjacente é de cunho político. Sempre foi.

E para mostrar exatamente isso reproduzo abaixo trechos de uma matéria de Larisa Khudikova, extraído do site Russia Beyond The Headlines, a qual desmascara a falta de critérios da direita esperneante e birrenta que ainda urra contra os tais cadernos.

Vejam que interessante observação colocada por Larisa, citando o blogueiro Black Lightning: 

"Em minha opinião, há muito para se pensar aí [sobre a polêmica causada pelos cadernos]. De fato, por que essas pessoas estão preocupadas com a foto de Stalin em particular? Se você nunca considerou esta questão é hora de pensar nisso. Você acha que Stalin foi um tirano e ditador? Ok, mas não foi Catarina, a Grande, uma tirana e ditadora? Não havia constantes levantes, execuções e guerras durante seu reinado? Fora o fato de que ela derrubou seu próprio marido, o imperador russo Pedro III, o qual morreu prematuramente logo depois. E ela está bem ali nas capas dos cadernos, junto com o Generalíssimo [Stalin], e ninguém liga pra isso. Ninguém está exigindo "que seja banido, para sempre!". Mas como assim?"

Larisa cita também Mikhail Vinogradov, chefe do Centro Assistência Legal e Psicológica em Situações Extremas, que afirmou que Nicolau II, por exemplo, era chamado de "o sangrento", mas agora foi inclusive canonizado. E também está na coleção.



Ora, então sejamos claros: qual é realmente o critério a partir do qual se julga que figura histórica pode ou não pode, deve ou não deve aparecer nas capas desses cadernos? Por que a direita moralista e mentirosa não diz uma palavra sobre esses outros personagens? Dois pesos, duas medidas. Os critérios universais burgueses não parecem tão universais assim.

E segundo Larisa, enquanto os reacionários estão tendo pesadelos com essas fotos de Stalin, as crianças, por sua vez, apenas pensam que Stalin é uma figura legal, ou até um meme da internet.



Polícia ataca famílias em luta por moradia


Acompanhe o blog da Ocupação Eliana Silva: http://ocupacaoelianasilva.blogspot.com

Na madrugada do dia 21 de abril, cerca de 350 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), reivindicando o direito garantido pela Constituição brasileira de acesso a moradia digna o povo organizado, realizou uma nova ocupação urbana em Belo Horizonte numa área que não cumpre a função social da terra.

A ocupação é uma consequência do descaso da Prefeitura e do Governo do Estado frente ao déficit habitacional no estado, que chega a índices alarmantes, denunciados pelos movimentos sociais e órgãos de imprensa.

Entretanto mesmo sendo um direito, as famílias ocupadas estão sobre forte cerco policial. Desde as 4 horas da manhã, homens do Batalhão de Choque estão no local ameaçando as famílias e helicópteros sobrevoaram a ocupação por toda a noite. Contamos com a solidariedade de todos, pois não vamos permitir que um novo Pinheirinho aconteça em Belo Horizonte. O endereço da ocupação é Av. Perimetral na altura da fábrica Premiaço, Barreiro de Baixo.

A ocupação leva o nome de Eliana Silva, belo-horizontina, uma das principais lutadora das causas sociais, em especial da luta por moradia digna para o povo pobre, que morreu em 2009.

Para entrar em contato ligue para o telefone: 9133-0983, 9331-4477 e 9716-5356 – Leonardo Péricles, coordenador nacional do MLB - Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB-MG)


Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB-MG)