Socialismo para os ricos e capitalismo para os pobres

Foi com estes termos que ninguém menos que o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, definiu a política estadunidense de socorrer os bancos durante a crise. Em uma entrevista ao programa de televisão "The Daily Show", Biden reconheceu que as medidas que retiraram trilhões de dólares dos cofres públicos para injetar nos bancos foram necessárias para evitar o colapso do sistema financeiro: "Porque se nós não os tivéssemos socorrido, estaríamos numa posição em que haveria não apenas uma recessão, mas literalmente uma depressão". E se lembrou de uma "grande expressão" que era muito utilizada por seu avô: "É socialismo para os ricos e capitalismo para os pobres."

E os números corroboram a justeza da análise de Biden: apesar da euforia de alguns economistas que falam sobre uma suposta recuperação da economia estadunidense, se baseando apenas na revalorização das ações e dos lucros obtidos pelos bancos, os EUA devem fechar o ano de 2010 com a taxa de desemprego na casa dos 10%. Antes da crise este percentual estava abaixo de 5%.

Durante a crise as perdas foram socializadas. Mas agora, no período de recuperação, os lucros são novamente privatizados, e uma enorme massa de desempregados ainda não consegue se realocar no mercado de trabalho. E como se não bastasse, grande parte desses desempregados também aparece nas estatísticas de despejos que, segundo especialistas, deve gerar até o final de 2010 mais de 1 milhão de novos sem-teto. Os ricos se recuperam (às custas do estado), mas os trabalhadores não. Socialismo para os ricos, capitalismo para os pobres.

(O vídeo da entrevista de Biden está disponível aqui.)

Churchill sobre Stálin




"Ele foi uma figura destacada que se impôs ao nosso tempo, aquele período no qual transcorreu sua vida. Stalin foi um homem com erudição e energia incomuns, com uma inabalável força de vontade, brutal, áspero, impiedoso tanto no trabalho como nas conversações; inclusive eu, educado no parlamento inglês, nunca pude contestá-lo em nada... Em suas obras soava uma força colossal. Esta força era tão grande em Stalin que parece que ele é inigualável entre os dirigentes de todos os tempos e povos (...)

"A sua influência sobre as pessoas era incontestável. Quando ele entrou na sala da conferência de Yalta, todos nós como que respondendo a um comando, pusemos-nos de pé. E, surpreendentemente, mantínhamos as mãos nas cinturas. Stalin tinha uma inteligência profunda, lógica e razão, privado de todo pânico. Ele era um mestre perfeito para encontrar nos momentos difíceis os caminhos para sair das situações mais difíceis. Ele era um homem que liquidava os seus inimigos com as mãos dos seus inimigos, ele nos obrigou, a nós que ele chamava abertamente de imperialistas, a lutarmos contra os imperialistas... Ele encontrou a Rússia com arado e a deixou equipada com armas atômicas.”