Ateísmo, Comunismo e Alienação


"Mas o ateísmo e o comunismo não constituem uma fuga, uma abstração, uma perda do mundo objetivo produzido pelos homens e pela objetivação de suas faculdades. Não são um empobrecimento que retorne de novo à simplicidade antinatural, primitiva. Constituem antes a primeira emergência real, a legítima atualização da natureza do homem como algo de real." (Karl Marx, Manuscritos econômico-filosóficos).

Hoje é aniversário da invasão de Hitler à União Soviética


Reproduzo abaixo texto do historiador Grover Furr sobre a invasão da Alemanha de Hitler à URSS em 22 de junho de 1941, enviado à lista de discussão Stalinists.

Queridos amigos e colegas:

Em 22 de junho de 1941, o exército de Hitler invadiu a União Soviética.

Durante vários meses, o Exército Vermelho recuou. Em outubro, e novamente em dezembro, o Exército Vermelho contra-atacou, empurrando as forças fascistas de volta. Esta foi a primeira vez que as forças lideradas pelos nazistas foram detidas: as forças francesas e britânicas haviam sido rapidamente dominadas pela Wehrmacht (exército alemão).

A URSS foi invadida não só pela Alemanha. A maior parte da Europa continental, ocupada pela Alemanha, colocou seus recursos materiais, industriais e humanos a serviço da invasão. As unidades militares de quase todos os países europeus lutaram ao lado do exército nazista. É melhor, portanto, se referir às forças armadas de Hitler como as Forças "Fascistas".

Finlândia, Romênia, Hungria e Itália também declararam guerra contra a URSS e enviaram em grande escala exércitos para a invasão. Estes mesmos exércitos colaboraram no assassinato em massa de civis soviéticos, cerca de 15 milhões dos quais foram mortos, incluindo cerca de 4 milhões dos 6 milhões de judeus mortos pelo fascistas.

O Exército Vermelho enfrentou 80% de todos as forças fascistas (alemães e aliados), muito mais do que todos os aliados ocidentais. Mais soldados soviéticos foram mortos na tomada de Berlim do que soldados americanos foram mortos durante a guerra inteira.

O Exército Vermelho salvou a Europa do fascismo.

Os aliados ocidentais haviam tentado arduamente ajudar Hitler a conquistar a URSS. Há uma enorme quantidade de evidências disso. Os mais famosos exemplos são:

* A venda de "Munique" de outubro de 1938, onde o Reino Unido e a França deram a  Checoslováquia Democrática a Hitler, sem sequer informar o governo checo (primeiro os Sudetos, e então em março de 1939 o resto do país). O Banco da Inglaterra chegou até a transferir reservas de ouro checo para Hitler!

* A recusa do governo britânico em agosto de 1939 em assinar um mútuo tratado de defesa com a URSS contra a Alemanha nazista, garantindo assim a vitória de Hitler contra a Polônia em setembro de 1939.

* A recusa da Grã-Bretanha e da França em defender a Polônia, quando Hitler a invadiu em 1 de setembro de 1939, apesar de seu tratado de defesa mútua com este país.

* A "guerra falsa" de setembro de 1939 a maio de 1940, quando França e Reino Unido, embora formalmente em guerra com Hitler, recusaram-se a lutar contra suas forças.

* A tentativa do Reino Unido e da França de enviar um exército para lutar contra a URSS no lado pró-alemão da Finlândia durante a Guerra Russo-finlandesa de Dezembro de 1939 a março de 1940.

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A vitória soviética anunciou o avanço do comunismo em todo o mundo. Isso amedrontou os capitalistas, que começaram a inventar mentira após mentira sobre o papel soviético na guerra, sobre Exército Vermelho e  sobre as forças comunistas em geral.

Estas mentiras se acumularam, e continuam a se espalhar como "verdades". Uma recente coleção de tais falsidades é o livro do professor de Yale, Timothy Snyder, Bloodlands. É mais uma tentativa de igualar Stalin e Hitler, comunismo e fascismo. Existem muitas outras mentiras sobre o papel soviético na derrota dos nazistas. É importante expor tais mentiras - apesar disso nunca fazer os anticomunistas parar de espalhá-las e inventar outras.

Enquanto isso, a Segunda Guerra Mundial é retratada nos países capitalistas do Ocidente como "a boa guerra". Um bom livro que desmascara esse mito é o de Jacques Pauwels, The myth of the Good War (http://www.formaclorimerbooks.ca/Book/1033/The-Myth-of-the-Good-War.html)

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Hoje um novo fascismo avança. Sem o exemplo e a ameaça de um bloco socialista, os capitalistas do mundo não tem nenhuma razão para não rebaixar os padrões de vida dos trabalhadores o tanto quanto puderem.

Em todo o mundo as forças capitalistas estão atacando os salários, os benefícios e os padrões de vida dos trabalhadores. Na Europa, o estado de bem-estar social está sob forte ataque. Nos EUA o pouco de bem-estar social que havia está sendo rapidamente desmantelado.

Para apoiar este novo fascismo as velhas forças do nacionalismo extremista (patriotismo), do racismo, da xenofobia (ataques a imigrantes), do anti-semitismo, do preconceito anti-homossexual, do sexismo, do obscurantismo religioso, e do anticomunismo estão avançando com renovada intensidade.

Os capitalistas tem como objetivo chamar a atenção dos trabalhadores para estas questões em vez dos fatos básicos da exploração capitalista. Enquanto isso, os capitalistas ficam mais e mais ricos.

Tal como no passado, a lógica de toda a exploração capitalista é concorrência internacional e guerras - eventualmente outra guerra mundial, se não várias guerras massivas. Sem obstruções, o capitalismo conduz à guerra para a conquista imperial, ou imperialismo; e guerras entre os capitalistas para dividir o mundo.

Este é um futuro muito sombrio! A questão é: O que podemos fazer sobre isso?

A resposta é: Nós precisamos de outro movimento mundial para o comunismo! Um que aprendeu com os erros dos movimentos comunistas do século 20 e que construa sobre os seus sucessos.

Não vejo outro caminho adiante para nós e para aqueles que virão depois de nós.


E você? Então, vamos lá!

Atenciosamente,

Grover Furr