Nostalgia por Stalin entre jovens russos

O texto abaixo, traduzido e adaptado de um site reacionário (por isso foi adaptado), mostra que a juventude russa está cada vez mais interessada em Stalin e o que ele representa: um mundo completamente diferente deste que conhecem, um símbolo de ordem e de justiça social.

As adaptações a que me referi se limitaram a omitir alguns trechos (não todos) nos quais Stalin recebia a alcunha de "ditador" ao invés de "líder". Mas alguns outros trechos estranhos à linha política deste blog ficaram sem modificações nesta tradução. Estejam atentos.

Após o texto há um link para um vídeo um pouco mais antigo, de 2009, com o título "Stalin de volta entre os jovens russos", que mostra um concurso realizado em um canal de televisão russo no qual Stalin foi escolhido pelos telespectadores como a maior personalidade russa dos últimos 280 anos, e uma das maiores de todos os tempos. Um ex-combatente da II Guerra Mundial foi o defensor de Stalin no programa. Seu depoimento e a firme defesa de Stalin chegam a emocionar.

Nesta reportagem há também vários jovens entrevistados, e ele ratificam seu apoio ao grande líder bolchevique. Uma jovem afirma que sem o caráter de aço de Stalin (cujo nome significa "homem de aço", em russo) a URSS não venceria a guerra, que um caráter mais "brando" não poderia realizar tudo o que ele fez. E completa que os soviéticos "precisavam da firmeza de Stalin".

A exemplo do texto traduzido, a partir da metade deste vídeo são repetidas algumas relíquias da guerra fria sem nenhum suporte histórico sobre os tais "milhões de mortos" no comunismo, e dois reacionários são também entrevistados. Mas o vídeo vale por sua primeira parte.


"Nostalgia" por Stalin entre os jovens reflete a falha de Moscou em oferecer uma visão alternativa concreta, dizem estudiosos

Stauton, 3 de junho - Os jovens russos divinizam Stalin não apenas porque ele representa um sistema radicalmente diferente da Rússia de hoje, mas porque o estado contemporâneo russo tem falhado em oferecer uma alternativa ideológica específica que não seja meramente abstrata, dizem dois estudiosos russos.

Durante uma conferência realizada em São Petersburgo na semana passada sobre "Autoconsciência russa e o Espaço da Rússia", que concluiu que essa consciência hoje está "sob o poder de mitos destrutivos", dois participantes abordaram a crescente popularidade de Stalin entre os jovens russos que não viveram em seu período.

Dmitry Astashkin, professor de jornalismo na Universidade do Estado de Novgorod, notou que "ao lado de tendências de tomar de empréstimo elementos de culturas estrangeiras, há na sociedade russa contemporânea uma tendência de retornar ao modelo soviético", geralmente entre aqueles e naqueles lugares que poucos poderiam esperar, especialmente em suas formas extremas.

"Modelos stalinistas e a própria personalidade de Stalin são vistas como símbolo deste modelo", disse Astashkin, em grande parte devido à sua "diferença radical da situação presente da Federação Russa". E isso é expressado "entre a parte mais passional da população", a juventude.

Para a juventude russa, ele sugeriu, "Stalin e sua atividade tem sido mitificada, e [o próprio Stalin] está se tornando um símbolo de não-conformismo, em franca oposição à cultura contemporânea e a organização estatal" da Federação Russa no presente.

"Uma atitude positiva em relação a Stalin está progressivamente deixando de ser encontrada apenas entre pensionistas e veteranos, e está se tornando parte da subcultura da juventude". Stalin é agora referenciado em canções populares, jogos de video-games e em fóruns na internet, uma tendência que foi especialmente verificada no aumento repentino das celebrações do Dia da Vitória em 9 de maio.

Astashkin sugeriu que é "interessante" que "quando falando sobre Stalin, os jovens não estão numa posição de operar sobre suas próprias emoções e memórias", pois eles nasceram depois que Stalin morreu. "E isso significa que os jovens russos estão tomando de empréstimo de suas famílias essas idéias sobre Stalin."

Resumindo, "o Stalin real está sendo transformado em um mito sobre o império soviético, deixando assim de ser um ditador e se tornando a encarnação de um estilo severo de administração e um símbolo de ordem e justiça social", valores que atraem muitos jovens.

Consequentemente, Astashkin concluiu, "até que o estado ofereça um outro caminho de desenvolvimento, Stalin permanecerá sendo um recurso de identidade nacional" entre os russos, algo que pode mantê-los sob influência do passado ao invés de permiti-los seguir em frente rumo a um futuro diferente.

Um segundo orador, Petr Smirnov, um professor da Univerdade do Estado de São Petesburgo, falou sobre os esforços dos governos pós-soviéticos em oferecer uma base alternativa de identidade e apontou as razões de suas falhas, especialmente entre os membros das gerações mais novas.

A Constituição de 1993, Smirnov aponta, representou "uma tentativa em oferecer outra plataforma de identidade nacional", mas falhou porque era muito abstrata. Ao invés de falar sobre valores russos específicos, usou uma linguagem que poderia se aplicar a qualquer país do mundo, limitando assim seu impacto e utilidade.

"A qualidade abstrata" e a natureza "humana" das cláusulas da Constituição de 1993 falharam então em encontrar ressonância entre os jovens russos. De acordo com Smirnov, teria sido melhor se a Constituição Russa tivesse sido formulada de uma maneira russa mais distintiva.

Por exemplo, ele sugere que ao invés de falar sobre seres humanos em geral, a Constituição deveria especificar que "o mais alto valor na Federação Russa é reconhecido como o cidadão da Rússia, sua vida, dignidade, direitos e liberdades. O estado é obrigado a cumprir e defender as condições que permitem a cada cidadão concretizar a si próprio" em plenitude.

Tal formulação, continua o professor de São Petersburgo, "ajudaria não apenas a limitar a arbitrariedade de todos os ramos do poder estatal e servir como guia seguro para conduzir políticas internas e externas, mas também se tornaria base para a formação de uma única Rússia com identidade nacional de todos os grupos étnicos dentro da Rússia."



Agora, o vídeo de que falamos.


Stalin de volta à juventude russa






Brasileiros reafirmam solidariedade à Revolução Cubana na XIX Convenção

Terminou no domingo 26 de junho, em São Paulo, a 19ª Convenção de Solidariedade a Cuba. Os mais de 500 participantes reafirmaram seu respaldo à Revolução cubana e expressaram seu compromisso para incrementar as ações em favor da ilha caribenha.

A Carta de São Paulo, documento que é a declaração final do encontro realizado no Memorial da América Latina, uma das mais belas obras do famoso arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, exalta o crescimento da solidariedade a Cuba neste imenso país sul-americano.

"Diante das ameaças dos Estados Unidos, os que apoiam a Revolução Cubana devem estar cada vez mais organizados em sua defesa e para isso nossas campanhas de informação, manifestações nas ruas e pronunciamentos de parlamentares precisam avançar", indica o texto.

Os brasileiros amigos da ilha caribenha concordaram em intensificar as ações em favor da libertação dos cinco antiterroristas cubanos Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Fernando González, Ramón Labañino e Renê González, presos injustamente nos Estados Unidos há quase 13 anos.

CONTRA O BLOQUEIO

Igualmente, prosseguir na luta pelo fim do criminoso bloqueio econômico, financeiro e comercial que há mais de meio século Washington mantém contra Havana, no vão intento de render o povo cubano que, pelo contrário, resiste e mantém vivo seu espírito internacionalista.

Diante das mentiras e tergiversações da grande imprensa de direita do Brasil sobre a realidade cubana, os brasileiros amigos da ilha destacaram a necessidade de trabalhar para romper esse bloqueio midiático.

Para melhorar e aperfeiçoar esse trabalho no Brasil, os participantes na 19ª Convenção destacaram a importância de enviar uma delegação ao 6º Encontro Continental de Solidariedade a Cuba, que será realizado no México, de 6 a 9 de outubro deste ano.

Os convencionais brasileiros exaltaram a necessidade de acompanhar a postura do Brasil na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a ser criada nos dias 5 e 6 de julho próximo em Caracas, Venezuela, como parte do bicentenário da independência de várias nações da região.

Os delegados assumiram a tarefa de fortalecer a atividade de divulgação dos objetivos da atualização do modelo econômico cubano, discutidos amplamente pelo povo e aprovados no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba e destinados a aperfeiçoar o socialismo na ilha caribenha.

Da Convenção de Solidariedade a Cuba, organizada pelo Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba, participaram representantes de 16 dos 27 estados brasileiros, assim como uma delegação cubana, encabeçada pela presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos, Kenia Serrano.

Magali Llort, deputada e mãe de Fernando González, um dos cinco cubanos lutadores contra o terrorismo; Zuleika Romay, presidente do Instituto Cubano do Livro; o coronel da reserva, José Ramón Herrera; a professora do Instituto de Relações Internacionais, Nidia María Alfonso e a jornalista Rosa Miriam Elizalde, coordenadora do site Cubadebate, também integravam a delegação cubana.

AGRADECIMENTO EMOCIONADO

O ato final da convenção foi marcado por muita emoção. Realizado no Memorial da Resistência, instalado no edifício onde funcionava o DOPS, na época da ditadura militar, militantes perseguidos pela ditadura que foram acolhidos em Cuba agradeceram à ilha caribenha pela solidariedade.

Os ex-presos políticos Ivan Seixas, Damaris Lucena, Elsa Lobos e Clara Sharf rememoraram a época de luta contra o regime militar e a firme colaboração da Revolução cubana com todos os companheiros perseguidos.

Seixas contou que nas reuniões dos grupos armados escutavam a Rádio Havana de Cuba, que era uma inspiração muito grande e uma alegria imensa, cada vez que escutavam notícias de que alguns dos companheiros de luta tinham conseguido chegar à ilha.

"Agradecemos por tudo o que fizeram por nós e nós faremos tudo o que pudermos por Cuba".

Damaris Lucena rememorou os horrores vividos na prisão durante a ditadura militar e recordou que foi uma das prisioneiras trocadas pelo cônsul japonês Nobuo Okushi e enviada ao México com seus filhos.

Ela contou que estando no México foi convidada a viajar a Cuba com seus familiares.

"Cuba é meu segundo país e os cubanos são meus irmãos", disse emocionada. "Tudo o que eu e meus filhos tenhamos que fazer por Cuba, faremos", declarou.

Também Elsa Lobo expressou sua eterna gratidão a Cuba pela formação que recebeu nesse país maravilhoso, e exaltou a colaboração recebida de diplomatas cubanos em diferentes países quando trabalhou em um organismo das Nações Unidas ou teve que exilar-se em Paris.

Com lágrimas nos olhos, Clara Sharf, companheira do líder comunista Carlos Marighella, assassinado pela ditadura militar, manifestou a estreita relação existente entre Marighella e a Revolução cubana, assim como seu trabalho na criação das primeiras associações de solidariedade a Cuba no Brasil.

Kenia Serrano, presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (Icap) disse que este ato de agradecimento a seu país se converte em uma oportunidade para que Cuba agradeça aos brasileiros por sua combatividade, solidariedade e apoio ao direito à existência do processo revolucionário cubano.

Fonte: Prensa Latina


Invasão de terras ontem e hoje

Clique na imagem para ampliar.


Original de Sidewalk Bubblegum © - Tradução de Glauber Ataide

Comentários ativados

Eu não havia percebido que os comentários deste blog nunca funcionaram, até ser alertado hoje pelo grande Kylter. Agora eles já estão ativos, e com as seguintes orientações:

Neste blog já estamos na fase da ditadura do proletariado. Portanto:

Reacionários(as): comentários de baixo nível ideológico, ignorantes e ofensivos serão censurados. Mas aqueles que fomentarem o debate e forem inteligentes serão bem recebidos.

Camaradas e companheiros(as): este é um espaço da ditadura democrática dos operários, camponeses, estudantes, etc. Sinta-se encorajado a deixar sua opinião, a criticar o que acha que deve ser criticado ou expressar sua concordância ou consentimento.



Use Linux

Software livre é trabalho social com apropriação social, sem capitalistas. É conhecimento para toda a humanidade. É o prenúncio do modo de produção comunista. Use Linux!


Cuba e Coréia do Norte possuem suas próprias versões do Linux.


Vídeo chocante: crianças líbias mortas pela OTAN

Nem sei como descrever este vídeo. O canal RT (Russia Today) divulgou imagens de crianças mortas pelos últimos ataques da OTAN na Líbia. São também exibidos pedaços de corpos mutilados.


ABAIXO O IMPERIALISMO!!!!

Debate com Aleida Guevara, filha de Che, em Belo Horizonte

Debate com Aleida Guevara, filha de Che Guevara, em Belo Horizonte, 29 de junho de 2011, quarta, às 19h. Local: Plenária da Assembléia Legislativa. Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho, Belo Horizonte, MG.

"A revolução dos bichos", de George Orwell, rejeitada por T. S. Eliot

Matéria publicada pelo jornal The Telegraph revela que T. S. Eliot, considerado por alguns como o maior poeta de língua inglesa do século XX, recusou publicar o livro "A revolução dos bichos", de George Orwell, devido ao seu conteúdo "trotskista". Em cartas só agora disponibilizadas por sua viúva, ele teria afirmado que o argumento de Orwell (que tentava fazer uma caricatura do regime "stalinista") não era "convincente". A obra foi rejeitada por 4 editoras antes de ser publicada.

Segundo o jornal, uma das prováveis razões desta recusa é que naquele período, em 1944, a URSS estava derrotando os nazistas na II Guerra Mundial, e o prestígio dos soviéticos e de Stalin em todo o mundo era muito alto. O poeta afirma a Orwell em uma das cartas: "Não estamos convencidos de que este é o ponto de vista correto do qual criticar a situação política neste momento."

E completa: "Além do mais, os seus porcos são muito mais inteligentes que todos os outros animais, e portanto são os mais qualificados para governar a fazenda - na verdade não poderia haver uma fazenda sem eles: então o que era realmente necessário (alguém poderia argumentar) não seria mais comunismo, mas sim mais porcos como eles."

Um detalhe interessante que este episódio nos revela é a própria natureza do trotskismo: enquanto os soviéticos estavam salvando o mundo numa luta encarniçada contra o nazismo, eles estavam panfletando contra o governo da URSS, num esquerdismo infantil e irresponsável.

Matéria completa em: The Telegraph

Governo inglês lança "cartilha" para lidar com suicídios causados por desemprego

Uma denúncia feita por um funcionário público ao jornal inglês The Guardian revelou que estão sendo enviadas aos órgãos do DWP - Department for Work and Pensions, semelhante ao INSS no Brasil - instruções sobre como lidar com trabalhadores que ameaçam se matar.

O documento, de circulação interna, foi enviado ao jornal por um funcionário com mais de 20 anos de casa, que preferiu permanecer no anonimato. Foi acompanhado de uma carta em que dizia: "Ninguém nunca viu estas diretrizes antes, o que levou nossa equipe a acreditar que isso é devido aos cortes anunciados para as pensões. Ficamos chocados. O fato de termos lidado com o público por tantos anos sem essas orientações fez as pessoas ficarem com medo do que está por vir."

"De repente nosso trabalho ganhou um novo aspecto. As pessoas aqui estão se peguntando quão selvagens serão esses cortes. E somos nós, que estamos na linha de frente, que teremos que lidar com essas mudanças."

O número de desempregados na Grã-Bretanha chegou a 2,48 milhões. Os jovens são uma grande parte desse total, com 963 mil deles com menos de 25 anos de idade. Quase um em cada quatro jovens estão desempregados por mais de 12 meses. Entre as pessoas acima de 50 anos, 46% também estão sem trabalho por mais de um ano.

O aumento no desemprego acontece ao mesmo tempo em que direitos sociais básicos estão sendo cortados. Centenas de milhares de beneficiários dos programas de habitação ficarão sem suas casas devido a cortes do governo, o que terá um grande impacto em Londres, onde mais de 250 mil pessoas poderão ser expulsas de seus lares.

Julie Tipping, que trabalha no Departamento de Deficientes Físicos de um jobcentre (órgão do DWP), contou que no último ano dois trabalhadores fizeram tentativas de suicídio assim que foram informados que seu benefício foi negado. Ambos foram hospitalizados.

"Essas pessoas não estão fingindo. Tem gente que pensa que eles estão exagerando só para conseguir o benefício, mas não é esse o caso. Elas estão sofrendo por problemas reais e não podem mais enfrenta-los."

Em março do ano anterior, uma jovem chamada Vicky Harrison, então com 21 anos de idade, tirou sua própria vida com uma overdose de medicamentos. Ela já havia tentado mais de 200 vagas de emprego, e no dia anterior ao seu suicídio havia recebido mais um carta de rejeição para uma vaga que estava tentando em um jardim de infância.

Vicky tinha boa qualificação e um impecável histórico escolar. Era viva, bonita e muito alegre. Depois de não ter conseguido nem mesmo vagas que exigiam qualificação inferior à que possuía, ela se sentiu extremamente humilhada, tendo sido encontrada morta com três bilhetes ao lado do corpo - dois para seus pais e um para seu namorado. No dia seguinte, se estivesse viva, ela assinaria seu pedido de Auxílio Desemprego, uma esmola de 51 libras semanais.

No mês anterior à denúncia desta "cartilha" para lidar com o suicídio, o mesmo jornal já havia noticiado que alguns jobcentres estavam sob pressão para cumprir metas de redução do número de beneficiários de pensões. Depois que a informação veio a público as metas foram retiradas, mas vários trabalhadores estão sendo constantemente reavaliados para assegurar se realmente precisam do benefício.

A expectativa do DWP é que pelo menos 50% das pessoas que procuram o órgão tenham o pedido de pensão negado. Assim, essas pessoas seriam transferidas para o Auxílio Desemprego, um benefício concedido sob a condição de que o trabalhador desempregado esteja procurando trabalho e que aceite qualquer um que lhe seja ofecerido.

Elieanor Lisney, do movimento Disabled People Against Cuts (Deficientes Contra os Cortes), afirma que a possibilidade do Auxílio para Deficientes ser substituído pelo Auxílio Desemprego pende como uma espada sobre a cabeça dos deficientes, e que ela teme um aumento no número de suicídios.

Desde o início da década de 1990 o número de desempregados em todas as camadas da população, principalmente entre os jovens, vem chamando a atenção para o risco do que poderia ser uma "geração perdida". E o aumento do número de suicídios de membros da classe trabalhadora é sintomático de que, desesperados, sem trabalho e sem perspectivas, os trabalhadores não veem esperanças dentro dos marcos do capitalismo - alguns tem preferido a morte. Com esta "cartliha" o capitalismo atesta - se alguém ainda tinha dúvidas - que é incapaz de resolver os grandes problemas criados por ele próprio e que estão colocados na ordem do dia.


Fontes: The Guardian e WSWS



EMMANOEL BEZERRA DOS SANTOS, DIRIGENTE COMUNISTA

Aproveitando a data, 17 de junho, publicamos esta resumida biografia deste grande revolucionário, como forma de homenagear e lembrar sua vida e luta.

Em 17 de junho comemora-se o aniversário do revolucionário Emmanoel Bezerra.

Emmanoel Bezerra nasceu em 17 de junho de 1943, em Praia de Caiçara, Município de São Bento do Norte/RN.

Destacado líder estudantil, estudou no Colégio Atheneu, na sua cidade natal. Foi presidente da Casa do Estudante quando cursou a antiga Faculdade de Sociologia, na Fundação José Augusto. Destacou-se nos estudos do marxismo-leninismo e economia política, moldando sua militância política sendo ardente defensor da ciência do proletariado nas acaloradas discussões com os colegas e companheiros. Foi a principal liderança do comitê universitário do Partido Comunista Revolucionário, organizado naquela ocasião, no Rio Grande do Norte. Viveu de 68 a 73 nos Estados de Pernambuco e Alagoas. Organizou a bancada dos estudantes potiguares para o histórico congresso da Une em Ibiúna – SP, onde foi preso com os demais companheiros, sendo enquadrado pelo famigerado Decreto-lei 477 do general Costa e Silva. A repressão do regime militar fascista fez com que fosse expulso da faculdade e iniciasse sua militância na clandestinidade. Dedicando-se ao trabalho de organização e relação com as organizações revolucionárias no estrangeiro viajou por diversas vezes ao Chile e Argentina.

Em 1973, Emmanoel Bezerra, juntamente com Manuel Lisboa foram presos e barbaramente torturados por dias seguidos pelos agentes do regime militar fascista. Sua conduta exemplar diante de seus algozes, sua postura firme e fidelidade aos princípios do marxismo-leninismo fizeram com que sua morte significasse uma dura derrota para seus inimigos.

Saudemos nessa data esse grande revolucionário, que nas duras condições do trabalho clandestino e das perseguições, juntamente com Manuel Lisboa de Moura, deram gigantescas contribuições para a forja do verdadeiro partido do proletariado. Sua trajetória de luta, sua resistência, sua contribuição teórica e prática, representam para os revolucionários brasileiros um grande exemplo de dedicação à causa do proletariado, e aponta para todos o caminho da luta revolucionária.

Sua ardente fidelidade à causa revolucionária e firme convicção no futuro luminoso da humanidade estão estampadas nesse poema, escrito quando da sua primeira prisão na Base Naval de Natal, em 1969.

Às gerações futuras

Eu vos contemplo
Da face oculta das coisas.
Meus desejos são inconclusos,
Minhas noites sem remorsos.
Eu vos contemplo,
Pelas grades insensíveis.
Meu sonho,
é uma grande rosa.
Minha poesia,
Luta .
Eu vos contemplo
Da virtual extremidade.
Minha vida (pela vossa).
Meu amor,
Vos liberta
Eu vos contemplo
As grades esmaecem.
Da própria contingência
Mas minha força
É imbatível
Porque estais
À espera.
Eu vos contemplo
Do fogo da batalha.
Meus soldados
Não se rendem.
O grande dia
Chegará
Eu vos contemplo
Gerações futuras,
Herdeiros da paz e do trabalho
Ante o meu contemplar.


Viva Emmanoel Bezerra!
HONRA E GLÓRIA AOS HERÓIS DO POVO!



Fonte: MPER

A cada minuto, uma criança sofre acidente de trabalho, diz OIT

Relatório da OIT relativo ao Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil mostra que, por ano, mais de 500 mil acidentes envolvem crianças, ou 1.400 por dia

Por: Por Bianca Pyl, do Repórter Brasil

Obrigadas a trabalhar, crianças são expostas diariamente a riscos de acidentes (Foto: ©Marlene Bergamo/Folhapress)

São Paulo – Em todo o mundo, a cada minuto uma criança em regime de trabalho infantil sofre um acidente de trabalho, doença ou trauma psicológico, de acordo com o relatório "Crianças em trabalhos perigosos: o que sabemos, o que precisamos fazer", da Organização Internacional do Trabalho (OIT). São mais de 1.400 acidentes por dia e um total de quase 523 mil por ano. O relatório foi divulgado nesta sexta (10), como parte das atividades para lembrar o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, 12 de junho.

Para Renato Mendes, coordenador do Programa para a Eliminação do Trabalho Infantil (IPEC, pela sigla em inglês) da OIT, esse número é preocupante principalmente porque ele é silencioso. "O Brasil e o mundo não despertaram para esse problema ainda", disse o coordenador do IPEC.

O trabalho infantil perigoso (tratado no Decreto nº 6481 de 2008, que regulamenta o Convenção 182 da OIT sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil) afeta cerca de 115 milhões de crianças em todo o mundo. A OIT estima que haja cerca de 215 milhões de trabalhadores infantis no mundo, dos quais mais da metade estão em trabalhos perigosos.

No Brasil, estima-se que o número seja de 4,2 milhões de crianças trabalhando, sendo que mais da metade executa atividades perigosas. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, em 2011 foram afastadas 3,7 mil crianças e adolescentes do trabalho . No ano passado, 5.620 crianças e adolescentes foram resgatados desta situação.

Dacordo com Renato Mendes, o trabalho infantil não é apenas um desafio educacional. É necessário encará-lo como um problema de saúde pública, já que estas crianças se tornarão adultos doentes, o que, consequentemente, impactará na Previdência Social. "O Brasil não está preparado para enfrentar esta questão", avalia.

O número de acidentes entre crianças e adolescentes também é mais elevado do que entre adultos. As crianças não têm a visão periférica formada, e a falta de visão lateral, explica Renato Mendes, facilita acidentes. "Além disso, a pele da criança é mais fina, facilitando intoxicações ou mesmo queimaduras", afirma o coordenador do IPEC.

Piores formas

O Brasil ratificou a Convenção 182 da OIT com a Lei 6.481, que Lista as atividades consideradas as Piores Formas de Trabalho Infantil, e que são proibidas para pessoas com menos de 18 anos. As cinco principais atividades - sendo três delas atividades ilícitas (trabalho análogo ao de escravo, tráfico de drogas e exploração sexual) - que empregam mão-de-obra infantil no Brasil são agricultura familiar e prestação de serviços, como trabalho doméstico, tanto no meio urbano quanto no rural, e comércio informal.

"Na agricultura familiar se utiliza agrotóxicos de uma forma menos organizada do que em um emprego formal. Para as crianças, o uso desses defensivos trás riscos imediatos de contaminação e até envenenamento porque a pele da criança é mais fina e o batimento cardíaco mais acelerado, fazendo com que o veneno chegue a corrente sanguínea mais rápido", explica o coordenador do IPEC.

Embora o número total de crianças entre 5 e 17 anos em trabalhos perigosos diminuiu entre 2004 e 2008, o número de adolescentes entre 15 e 17 anos nestas atividades teve um aumento real de 20% no mesmo período, passando de 52 milhões para 62 milhões. Mais de 60% das crianças em trabalhos perigosos são meninos.

O problema das crianças em trabalhos perigosos não se limita aos países em desenvolvimento, de acordo com o estudo. Existem evidências de que nos Estados Unidos e na Europa também há uma elevada vulnerabilidade dos jovens para acidentes de trabalho.

Crise econômica

No ano passado, o Relatório Global da OIT sobre trabalho infantil advertiu que os esforços para eliminar as piores formas de trabalho infantil foram abrandados, e expressou a preocupação de que a crise econômica global poderia colocar "mais freio" no progresso em direção à meta de eliminá-las em 2016.

Um ano depois, a crise econômica mundial teve um impacto direto no combate ao trabalho infantil, segundo Renato Mendes, e continua preocupante. No mundo inteiro houve uma redução nas ações. Apesar de os números do trabalho infantil continuarem caindo, o ritmo da queda foi menor do que nos dez anos anteriores. "Se continuarmos nesse ritmo, a tendência é estabilizar e até aumentar o número de crianças trabalhando", lamenta Renato.



A entrevista perdida de John Lennon de 1971

Todos que já leram o Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels, e já ouviram a música Imagine, de John Lennon, já perceberam que há algumas coisas em comum.

Sendo diretamente inspirada no livro ou não, a música apresenta algumas das teses centrais do comunismo: um mundo em que as pessoas vivam em irmandade, sem nações, sem possessões, sem ganância, sem fome. O mundo todo como um só.

Encontrei em diversos sites na internet uma declaração de John Lennon em que ele diz que sua música é "virtualmente o Manifesto Comunista". Apesar de ainda não ter confirmado a veracidade de tal afirmação, os pontos de contato entre as duas obras são inequívocos.

Reproduzimos abaixo trechos da última entrevista de John Lennon, concedida em 21 de janeiro de 1971 ao jornal de esquerda The Red Mole (que ele carrega na foto ao lado).

Os recortes que escolhemos para tradução mostram John Lennon falando sobre cultura, violência e tomada do poder pelos trabalhadores.

Representaram o jornal Robin Blackburn (RB) e Tariq Ali (TA). Também foi entrevistada, junto com Lennon (JL), sua inseparável Yoko Ono (YO).

A entrevista completa - muito maior - pode ser lida aqui.


Power to the People: A entrevista perdida de John Lennon de 1971

[...]

RB: Bem, em todo caso, política e cultura estão ligados, não? Digo, os trabalhadores são reprimidos pela cultura, e não pelas armas neste momento...

JL: ...eles estão dopados...

RB: E a cultura que os dopa é aquela que os artistas podem criar ou romper com ela...

JL: É isto que estou tentando fazer com meus álbuns e nessas entrevistas. O que estou tentando fazer é influenciar todas as pessoas que posso. Todos aqueles que ainda podem sonhar e que colocam um grande ponto de interrogação em suas mentes...

[...]

Todas as revoluções acontecem quando um Fidel ou Marx ou Lenin ou quem seja, que são intelectuais, são capazes de ir aos trabalhadores. Eles conseguiram organizar uma boa quantidade de pessoas e os trabalhadores pareciam entender que estavam em um Estado opressor. Eles ainda não tinham acordado, eles ainda acreditavam que carros e televisores eram a solução. O que se deve fazer é pegar esses estudantes de esquerda e levá-los aos trabalhadores, vocês tem que pegar esses estudantes e envolvê-los com o The Red Mole.

[...]

TA: Nenhuma classe dominante em toda a história jamais entregou o poder volutariamente, e eu não vejo nenhuma mudança...

[...]

A violência popular contra seus opressores é sempre justificada. Não pode ser evitada.

YO: Mas de certa forma, a música mostrou que as coisas poderiam ser transformadas por novos canais de comunicação.

JL: Sim, mas como eu disse, nada mudou.

YO: Bem, alguma coisa mudou, e para melhor. Só estou dizendo que talvez possamos fazer uma revolução sem violência.

JL: Mas você não pode tomar o poder sem luta...

TA: Isso é o crucial.

JL: Porque quando chega na hora do "vamos ver", eles não deixarão o povo ter nenhum poder; eles darão todos os direitos para atuar e dançar por eles, mas nenhum poder real...

[...]

TA: Como você pensa que podemos destruir o capitalismo aqui, na Inglaterra, John?

JL: Acho que apenas fazendo os trabalhadores conscientes da infeliz situação em que se encontram, desconstruindo a ilusão que está à sua volta. Eles pensam que estão num país maravilhoso, com liberdade de expressão. Eles tem carros e televisores e não querem pensar que existe algo mais na vida. Estão prontos para deixarem os chefes governá-los, ver suas crianças drogadas na escola. Estão sonhando os sonhos dos outros, não é nem seu próprio sonho. Eles deveriam perceber que os negros e os irlandeses estão sendo atormentados e reprimidos e que eles serão os próximos.

Assim que tiverem consciência disso podemos começar a fazer algo. Os trabalhadores podem tomar o controle. Como Marx disse: "A cada um de acordo com sua necessidade". Acho que isso funcionaria bem aqui. Mas precisamos nos infiltrar no exército também, porque estão todos bem treinados para nos matar.

Temos que começar tudo isso a partir de onde somos oprimidos. Acho que é falso, vazio, fazer caridade aos outros enquanto sua própria necessidade também é enorme. A idéia não é dar conforto às pessoas, não fazê-las se sentir bem, mas fazê-las se sentir piores, constantemente colocando diante delas as degradações e humilhações pelas quais passam para conseguir aquilo que chamam salário mínimo.


Gestor burguês prevê nova crise nos EUA

Abaixo trechos da matéria "Melhor gestor dos EUA prevê novo crash nas bolsas", da Revista Exame, em que um gestor burguês prevê uma nova crise nos EUA, entre 2 a 5 anos, de magnitude igual ou pior à de 2008. Mas para isso não ocorrer ele já dá a receita: cortes de gastos do governo de 350 a 500 bilhões por ano.

O gestor de fundos de ações que obteve a maior rentabilidade nos Estados Unidos nos últimos 25 anos acredita que as bolsas podem sofrer um novo "crash" se o governo americano não começar em breve a reduzir o déficit público e o elevado endividamento. Em entrevista à revista Fortune, Bob Rodriguez, responsável pela gestão de 16 bilhões de dólares na First Pacific Advisors, diz que "em dois a cinco anos" o mundo pode ter uma crise "de magnitude igual ou maior" que a de 2008.

[...]

Ele considera que a dívida pública americana – que oficialmente corresponde a 64% do PIB – é muito maior do que se divulga e lembra que obrigações a serem cumpridas pelo programa de saúde Medicare e pelas agências de crédito Fannie Mae e Freddie Mac também deveriam ser contabilizadas. A situação, portanto, é bem pior do que parece. Se os EUA não fizerem nada para reduzir o endividamento até 2012, os investidores vão começar a temer o pior. Essa situação poderia levar ao aumento da percepção de risco dos títulos do Tesouro americano. Rapidamente o governo seria obrigado a pagar juros mais altos para se financiar– o que poderia gerar uma crise de confiança no mercado financeiro.

Para quem é considerado um "profeta do Apocalipse", Rodriguez até que parece ser justo com o governo. Ele admite que o problema ainda não seja irreparável. O governo americano precisa começar a cortar os gastos em 350 bilhões a 500 bilhões de dólares por ano e evitar futuras surpresas. O grande problema é que ele não acredita que o presidente Barack Obama esteja disposto a fazer a reforma fiscal necessária. A hora, portanto, seria de começar a reduzir o risco do portfólio de investimentos, baixando a exposição a ações e a títulos de segunda linha.


Jogo para PC - The Stalin Subway

Jogo desenvolvido por uma empresa russa se passa na URSS, em 1952, e o objetivo do jogador é salvar Stalin de um atentado que pretende matá-lo durante uma reunião do Partido Bolchevique.

Alguns meses atrás uma sequência do jogo Call of Duty trazia uma missão politicamente reacionária: matar Fidel Castro. O próprio líder cubano chegou a responder que os americanos estavam fazendo no mundo virtual apenas o que não conseguiram fazer, por décadas, no mundo real.

Mas há vários outros exemplos de histórias extremamente reacionárias nestes jogos, que transmitem uma mensagem política atrasada e deturpada aos jovens. É sempre ou a URSS invadindo os EUA ou os heróis americanos lutando contra a "ameaça comunista".

No entanto, nem todos são assim. Uma empresa russa chamada Buka lançou em 2006 um jogo chamado "The Stalin subway", no qual o seu objetivo é simplesmente salvar Stalin de um atentado que está sendo planejado para matá-lo.

O ano é 1952, Stalin já está com 72 anos e com a saúde um pouco debilitada, mas ainda impõe medo e respeito aos seus inimigos. Um grupo de opositores, então, desenvolveu uma bomba e planeja acioná-la durante uma reunião do Partido Bolchevique. Você, um oficial da KGB chamado Gleb Suvorov e ardoroso defensor do comunismo (segundo a descrição do personagem no manual do próprio jogo), deve impedir que isso aconteça, pois o atentado mataria não só Stalin, mas também inúmeras outras pessoas inocentes.

O próprio Stalin é um personagem do jogo, e no manual deste ele é apresentado com a seguinte descrição: "O grande piloto do navio comunista. E não há mais nada a dizer."

O jogo é em primeira pessoa, e se passa na cidade de Moscou. Isso também é muito interessante, pois é possível conhecer como diversos pontos da cidade eram na época, como a Praça Vermelha e o Kremlin.






Nota de falecimento: Ludo Martens

Morreu ontem, dia 05 de junho de 2011, Ludo Martens, autor do livro "Stalin - um novo olhar". Ele estava doente já havia um longo período.

Seu livro, escrito quando ainda havia poucas informações para refutar as mentiras sobre Stalin e a URSS, foi um importante instrumento ideológico do proletariado mundial na década de 1990. Uma valiosíssima contribuição, que perdura até hoje e perdurará por muitas outras décadas.

Há um memorial no site do Partido dos Trabalhadores da Bélgica, contando um pouco de sua trajetória.

CAMARADA LUDO MARTENS: PRESENTE!

AGORA! E SEMPRE!



Como funciona a democracia cubana

O texto abaixo é importante por explicar como funciona a democracia em Cuba, a qual é verdadeiramente popular e que conta com ampla participação das massas. Mostra sua superioridade em relação à democracia burguesa que temos no resto do ocidente. O texto faz parte de uma série sobre as conquistas dos 50 anos de revolução.

¿Qué ha hecho la Revolución Cubana en más de 50 años?

Por Raúl Antonio Capote*

Cuando se mencionan los logros de la Revolución, siempre y no sin razón, se habla de la Salud Pública y de la Educación, éxitos emblemáticos del proceso revolucionario cubano, pero ¿es eso lo único destacable en estos más de 50 años? Por supuesto que no. A esos resultados nos referiremos en esta serie de trabajos que comienzan hoy y digo serie porque sería imposible en un solo texto plasmar todo lo que se ha realizado.
Liberación, emancipación y democracia

Como en muchos de los países que fueron colonia, en Cuba la lucha por la libertad pasa por la lucha de liberación nacional. El movimiento que se levantó contra la dictadura de Batista se levantó además contra la dependencia del imperialismo estadounidense.

La democracia ejercida en Cuba tiene una fuerte configuración popular, en contraposición a la democracia electoral característica de occidente. Pero lo anterior no impide la realización de elecciones, las cuales refuerzan la legitimidad de esa democracia popular.

En Cuba todas las personas pueden votar y ser votadas cumpliendo los 16 años. La inscripción es universal, automática y gratuita. La base de nuestro sistema institucional son los delegados de circunscripción que se agrupan en consejos populares e integran las asambleas municipales. Los candidatos son propuestos y elegidos por el pueblo en reuniones públicas de las diversas zonas vecinales que componen cada circunscripción electoral, no por partidos de la politiquería. Para cada puesto se proponen como mínimo dos candidatos y ocho como máximo. Para ser electo hay que recibir más del 50% de los votos. No existen campañas electorales. La labor de publicidad es realizada por las comisiones electorales. En sitios públicos es colocada la biografía de los candidatos propuestos por el pueblo en las asambleas de barrio, no hay promesas electoreras y la elección o no, se basa en los méritos personales de la persona. Se garantiza así la imparcialidad y el trato equitativo de todos los candidatos.

El voto es libre, secreto y directo. El colegio electoral se encarga de realizar el escrutinio y desde hace por lo menos tres décadas siempre hay un gran número de ciudadanos cubanos, diplomáticos, periodistas y observadores extranjeros. Aunque el voto es voluntario, desde 1970 a la fecha se ha registrado la participación de más del 90% de la población en edad de votar. Ningún representante, diputado o delegado recibe un beneficio por desempeñar su cargo; el Estado les paga un salario exactamente igual al que tenían en sus trabajos antes de desempeñar su cargo, empleo al que regresaran una vez finalizado su mandato. La rendición de cuentas y el mandato revocatorio son un componente importante del sistema electoral.
Aún así este sistema electoral no agota el contenido democrático de la sociedad cubana, la activa participación ciudadana no se limita a escoger, postular, elegir, controlar y revocar a sus representantes, existe una cultura participativa que va mucho más allá de la participación de los ciudadanos en su sistema representativo, existe una vigorosa sociedad civil.

Una de las características de la sociedad cubana es su fuerte cultura del debate y el diálogo. Por las calles de la Habana, en las plazas públicas, en los parques, pueden encontrarse a grupos de cubanos y cubanas discutiendo sobre varios temas. En las “guaguas” el silencio no existe. La gente interactúa, opina, y si no está de acuerdo, discute, critica. Los tonos verbales llegan a ser muy altos. Un número amplio de cubanos se agrupa en distintas organizaciones de la sociedad civil, como la Federación de Mujeres Cubanas, los Comités de Defensa de la Revolución, etc. Las distintas asociaciones como las de pedagogos, abogados, agricultores, economistas, artistas, minusválidos, y cientos de ellas más, las cuales tienen peso importante en las decisiones del Estado. Esas organizaciones y asociaciones abarcan prácticamente el universo de actividades, intereses y problemas que conciernen a todos los cubanos.

Además desde los primeros años de la Revolución el pueblo se organizó en milicias armadas para defender la patria, las armas las tiene el pueblo integrado hoy a las Unidades de Milicias de Tropas Territoriales, si la Revolución no contara con el apoyo de su pueblo, no duraría un segundo, (hablamos de millones de milicianos, armados y entrenados)

El programa ideológico que se impulsa y defiende desde la tierra de Martí y de Fidel ha integrado en su construcción elementos como la liberación, la democracia, la emancipación y el socialismo, pilares fundamentales en la construcción de un mundo más justo. Estos elementos, junto a la descentralización de la justicia y la administración, marcan una diferencia radical con el socialismo burocrático y los proyectos socialistas fracasados en Europa del Este el pasado siglo.

Haber derrotado al “fatalismo geográfico” que señalaba que en Cuba no podía sobrevivir un gobierno que no contara con el apoyo de los Estados Unidos. Es un logro importantísimo de la Revolución.

Haber derrotado la agresión militar, el terrorismo made in USA y la guerra económica impuesta por el imperio a todo lo largo y ancho del mundo y en todas las esferas de la economía y las finanzas es un logro.

La sobrevivencia ante el derrumbe económico de 1989-1993 cuando Cuba en medio de una feroz e intensificada guerra económica perdió sus principales mercados y fuentes de materias primas.

La dedicación al trabajo de los cubanos durante el catastrófico declive del salario real y los ingresos después de 1990. Impresiona el profesionalismo de muchos cubanos que durante año, desde 1990, ante el enorme deterioro del poder adquisitivo de sus ingresos, continuaron trabajando con seriedad y dedicación en la medicina, universidades, escuelas, el servicio público, u otros empleos. El trabajo abnegado de innumerables ciudadanos durante los años difíciles del Período Especial, 1990-2010, es en esencia lo que ha permitido la recuperación desde la profunda depresión de 1993.

Son importantes logros de la Revolución cubana, pero hay muchos más a los que nos referiremos en posteriores trabajos, pero:

Nuestro sistema democrático es el más importante logro de la Revolución, lo primero que habría que subrayar no fue copia de nadie, sino hubiera seguido el camino del modelo de Europa Oriental, pero el cubano perdura, vive y se desarrolla en un mundo sin campo socialista y bajo la hegemonía estadounidense. El modelo democrático cubano nace como evolución necesaria de su propia historia
(Continuará)

*escritor y profesor de Historia de Cuba de la Universidad de Ciencias Pedagógicas de La Habana, quien fue durante años el agente Daniel de los servicios de inteligencia cubanos.