PRECEDENTES
- 22 de Junho de 1941 – Invasão da URSS pelos alemães (Operação Barbarossa);
- 7 de Dezembro de 1941 – Ataque a Pearl Harbor;
- 17 de Julho de 1942 a 2 de Fevereiro de 1943 – Batalha de Stalingrado, evento que foi essencial para a derrota nazista;
- 3 de Setembro de 1943 – Tratado de paz assinado pelos italianos, rendendo-se aos Aliados;
- 28 de Novembro a 1 Dezembro de 1943 – Conferência de Teerã;
- 6 de Junho de 1944 – Dia D;
- 4 a 11 de Fevereiro de 1945 – Conferência de Yalta;
- 22 de Abril de 1945 – Berlim tomada pelos soviéticos;
- 30 de Abril de 1945 – Suicídio de Adolf Hitler;
- 7 de Maio de 1945 – Nazistas se rendem;
- 17 de Julho a 2 de Agosto de 1945 – Conferência de Potsdam;
- 2 de Setembro de 1945 – Bombas atômicas dos EUA contra o Japão, que o fizeram se render.
CONFERÊNCIA DE POTSDAM
Participantes: URSS — Josef Stalin, Inglaterra — Winston Churchill e posteriormente Clement Attlee, EUA — Harry Truman.
Local: Potsdam, capital do estado de Brandenburg, Alemanha.
Objetivo: Formação de um Conselho de Organização e Controlo, composto pelos ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, União Soviética, França, China e Estados Unidos, que teria como função estudar e propor os textos dos tratados de paz com a Itália, a Roménia, a Bulgária, a Hungria e a Finlândia, além da própria Alemanha. Pretendia ainda dar ao povo germânico a oportunidade de retomar a sua vida em bases democráticas e pacíficas, e banir toda a legislação nazi discriminatória quanto a raça, crença religiosa e opinião política.
A posição da URSS se manteve a mesma até a morte de Josef Stalin: defender uma Alemanha unificada, desmilitarizada e pacífica. Porém, com o fim da Segunda Guerra Mundial, é iniciada a Guerra Fria. O Plano Marshall, um aprofundamento da Doutrina Truman, foi criado pelos EUA para prender os países da Europa Ocidental a seu domínio. Afundando-se em dívidas, o Ocidente capitalista desejava desmembrar a Alemanha, quebrando os acordos firmados em Potsdam. Em 23 de Maio de 1949 a República Federal da Alemanha é criada. DETALHE: a República Democrática da Alemanha (“Alemanha Oriental”) foi proclamada em 7 de Outubro do mesmo ano!!!
Em Berlim, que agora ficava dentro da RDA, continuou sendo permitida a presença de cidadãos da RFA, pois a intenção da RDA e da URSS até então era uma Alemanha pacífica, democrática e unificada. Com a queda de Berlim ao fim da II Guerra, os povos soviéticos e o povo alemão sonhavam com uma pátria unificada e socialista.
O MURO DE BERLIM
O Muro de Berlim foi erguido em agosto de 1961 (portanto após a morte de Stalin, ocorrida em 1953) e em nada se diferiu dos muros da burguesia, como na Palestina, na fronteira do USA com o México, ou nas favelas do Rio de Janeiro.
Com a morte de Stalin, o que passa a ocorrer é que os dirigentes da ainda chamada União Soviética, liderados por Nikita Kruchev propagavam palavras sobre socialismo, mas praticavam atos imperialistas e a restauração do capitalismo na URSS*, como bem caracterizou o presidente Mao Tsé-tung em seu combate ao revisionismo moderno.
O muro durou até enquanto suspirava o social-imperialismo russo. A bancarrota deste sistema de dominação permitiu a muitos revolucionários, ainda iludidos com estas forças, ter uma visão mais clara da realidade e buscar um novo caminho. Países membros do bloco socialista, partidos revolucionários e militantes comunistas devotados que foram durante anos oprimidos ou difamados pelo revisionismo tiveram seu ânimo revigorado e ganharam forças ao redor do mundo.
Foi justamente esse revisionismo, encabeçado por Kruchev e incapaz de atender os anseios das massas, que em 1961 construiu o muro, entrando em profunda contradição com o povo alemão. E a queda do muro só atestou a total falência deste revisionismo.
As empresas sob o social-imperialismo não são tão eficientes, do ponto de vista do capitalismo, como as imperialistas e nem são mais propriedade de todo o povo (o que seria mais próprio em países ditos socialistas – por exemplo, a maior parte propriedade dos meios de produção durante o governo de Stalin era coletivista), como quando sob a direção revolucionária. O resultado não podia ser outro: A inoperância e a burocratização. Apenas a partir daí, com a traição ao socialismo revolucionário marxista-leninista, Muitos cidadãos da RDA passaram a fugir para a RFA, principalmente porque propositalmente a RFA exibia na fronteira com a RDA todo luxo e futilidade da burguesia; tudo isso não passou de um plano para criar na mente dos cidadãos da Alemanha Oriental a ideia de que “os povos capitalistas vivem melhor”. Falharam: hoje é muito comum ouvir da boca dos que viveram na RDA que preferem o comunismo e que o capitalismo causou o declínio da Alemanha. História similar à da Rússia, que tinha tudo para ser a nação mais próspera e socialmente justa do mundo (i.e. sem precisar explorar o trabalhador para tal feito), mas hoje podemos ver o que o capitalismo trouxe a esses países: a maléfica desigualdade social, pobreza, moradores de rua, crianças dormindo em metrôs. Pois é, leitores, a maioria dos ex-soviéticos também preferem uma Rússia comunista. Enquanto isso, a burguesia parasita distorce a história do comunismo, entre suas muitas mentiras a de que a queda do Muro de Berlim significou a “derrota do socialismo”. Se o socialismo perdeu uma batalha, foi para seus inimigos internos: o oportunismo e o revisionismo. E essas derrotas, servindo como amargas lições, são temporárias. Se bem que seja verdade que um império caiu, ele nada tem a ver com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o primeiro Estado Proletário da história, comandado por Lenin e depois por Stalin.
A queda do muro de Berlim não passou de uma vitória comercial. Ela significa a ruína do velho Estado do Bem-estar Social na Europa e do traidor revisionismo.
A derrocada do social imperialismo russo em nada atrasou a luta pelo socialismo no mundo, ao contrário, liberou energias revolucionárias antes subjugadas a ele. Portanto é justo comemorar a queda do muro, mas pelos motivos certos.
Alguns trechos foram escritos por Luiz Carcerelli, do jornal A Nova Democracia
*Para mais informações sobre a restauração do capitalismo na URSS, leia: The Restoration of Capitalism in the Soviet Union, por William Bill Bland
Fonte: Iglu Subversivo
6 Kommentare:
31 de julho de 2011 às 20:44
Oi, sou o autor do post, dono do Iglu Subversivo. Só vim avisar que estou reunindo mais algumas informações para adicionar ao post, talvez corrigir algo aqui ou ali. :)
11 de agosto de 2011 às 13:10
Correção! Vou colocar uma parte 2, criar um outro post, acho que ficará mais organizado. Agora que consegui mais umas informações, hoje começo a escrevê-lo. Abraço, camarada!
16 de agosto de 2011 às 11:40
Queria fazer uma observação sobre a questão do muro.
Apesar de ter sido criado em um período complexo e paradoxal da história soviética - que foi o período de Khruchov até o seu desmenbramento - muitas das instituições e/ou das relações sociais do período anterior a Khruchov não se perderam.
A URSS teve um papel - contraditório - mas fundamental em processos revolucionários no mundo: CUBA, Lutas de Libertação nacionais na África etc.
O muro de Berlim não foi uma criação imposta pela dominação do social-imperialismo soviético - mesmo que um abuso de autoridade da URSS, se fizesse sentir com mais nitidez em outros países - mas foi criado pelas necessidades do momento. Com o muro de berlim, na RDA o índice de entrada de drogas ou de jovens drogados era baixíssimo quase inexistente; o neonazismo não entrava na RDA, enquanto que na RFA essa ideologia doentia encontrava sempre um n° maior de jovens.
Isso sem contar que o muro dificultava a introdução de elementos suspeitos ou espiões com intuitos subversivos na RDA.
Nós sabemos o quanto o capitalismo pode ser sujo e podre para desarticular e desmenbrar um governo.
Era realmente vergonhoso -deveria ser muito triste para os alemães a existência do muro - mas foram as circustâncias que exigitam sua criação;
25 de agosto de 2011 às 17:49
Verdade, Dante. A CIA fez intervenções na RDA, além da Alemanha Ocidental ter feito uma campanha de recrutamento de profissionais da RDA que levou a uma crise de trabalho e produção.
Anticomunismo e sabotagem: tudo a ver.
5 de julho de 2015 às 11:37
5 de julho de 2015 às 18:09
Nicolae Sofran, seu fascista de merda. Seu comentário foi removido. Este espaço não dá voz a este tipo de lixo que você é.
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