Israel enviou para a prisão 800 menores palestinos por atirar pedras

O Estado de Israel julgou e condenou, entre 2005 e 2010, mais de 800 menores palestinos por atirar pedras contra as forças de segurança hebraicas, noticiou nesta segunda-feira a organização de direitos humanos Betselem.

Do total de 835 menores detidos e acusados em tribunais militares, 34 deles tinham entre 12 e 13 anos, 255 entre 14 e 15, e 546 entre 16 e 17, informou a agência AFP.

O grupo israelense de direitos humanos disse que apenas um dos jovens não foi considerado culpado e salientou que os tribunais militares judeus são questionados por não respeitar nem o direito internacional nem o de seu próprio país.

Além disso, há denúncias de abuso e tortura de crianças palestinas, a quem também são negados direitos.

Betselem explicou que 50 dos menores foram presos durante a noite por soldados israelenses que não autorizaram os pais a acompanhá-los.

Dos menores pesquisados pelo órgão, dois terços afirmaram ter sido tratados com violência durante o interrogatório e foram proibidos de ir ao banheiro e comer ou beber.

Na maioria dos casos, as crianças e adolescentes foram condenados à prisão, dos quais 93% receberam penas que iam de vários dias até 20 meses de prisão.

Como se não bastasse, 19 palestinos menores de 14 anos foram condenados à prisão, o que é proibido por leis israelenses.

Ao serem classificados como "prisioneiros de segurança", os menores não puderam ser visitados por seus familiares nem tiveram a oportunidade de fazer chamadas telefônicas.

A organização Betselem alertou as autoridades judaicas a "rever sem demora a sua legislação militar para se alinhar com as leis civis que protegem as crianças em Israel."

Enquanto isso, o exército israelense negou as acusações dizendo que jogar pedras é "um crime, pois pode causar ferimentos graves."

O Exército israelense justifica que é impossível investigar as denúncias de maus tratos, pois se baseiam em declarações anônimas.

Tradução de Glauber Ataide para o Diário Liberdade

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