Paramilitares decapitam jovem e jogam futebol com sua cabeça

Talvez o maior problema dos noticiários sobre as FARC-EP é que eles nunca contextualizam o conflito existente na Colômbia, o qual se polariza entre os grandes latifundiários ricos e seus grupos paramilitares, de um lado, e os camponeses pobres e as FARC-EP, do outro. Um pouco mais de bom senso poderia exigir dos monopólios burgueses de comunicação que se falasse contra quem as FARC-EP lutam, pois se há um conflito, então é claro que há mais de uma parte beligerante.


O governo da Colômbia não tem apenas o seu exército como braço armado da burguesia. Ele conta também com organizações fascistas paramilitares responsáveis por inúmeros massacres de civis, comprovados por inúmeras entidades internacionais. Essas entidades também apontam em gráficos que entre 90% e 95% das violações dos direitos humanos na Colômbia são perpetrados pelo exército e\ou pelos grupos fascistas paramilitares.

Um exemplo do nível de bestialidade e atrocidade a que chegam esses grupos fascistas é relatado no livro "Revolutionary social change in Colombia - The origin and direction of the FARC-EP", do sociológo canadense e professor da Universidade de Brunswick, James J. Brittain.

Na página 134 da referida obra, Brittain conta como a organização paramilitar fascista AUC (Autodefensas Unidas de Colombia) decapitou um jovem de 17 anos, Marino López, após ter arrancado seus testículos e suas pernas e

"...depois da decapitação, os paramilitares, juntamente com membros do exército, usaram a cabeça de López como bola durante uma partida de futebol em frente à vila de Bijao del Cacarica, no município de Ríosucio, em Chocó (Pérez, 2003). Ao final da partida, os grupos pegaram o crânio sem vida, decepado e todo fraturado, e o fincaram em um poste como ameaça aos demais residentes (Ramírez, 2005: 50)."

E citando outro autor, detalha:

"Assim que os times estavam em campo, o juiz soprou o apito. Cada time tomou suas posições no campo. Então um gandula trouxe um saco grande ao centro do campo, esvaziando seu conteúdo em um ponto equidistante dos dois atacantes que dariam o chute inicial da partida. O público gritou horrorizado. A bola de futebol era a cabeça de Marino Lopez... Por vários minutos, o único som que se podia ouvir era o estalido dos pés dos jogadores sobre o crânio destruído. No sol opressivo daquela interminável manhã, o time paramilitar passou pela defesa de seu adversário e fez dois gols. Depois do segundo gol seu capitão anunciou que a bola não mais servia, e então o jogo teve que ser encerrado. Os jogadores do time do exército tinham que acompanhar. Eles não gostaram de perder, mas o jogo havia sido limpo. Seu atacante, que quase marcou dois gols, se desculpou aos seus companheiros. 'A bola estava horrível', ele disse. 'Espero que da próxima vez ela seja inflada apropriadamente antes do jogo.'" (Garavito, 2004)

Próximo a um conto de horror, casos como este, que não são isolados, são reveladores dos inimigos contra os quais as FARC-EP lutam, e dos quais os camponeses pobres, completamente desamparados pelo estado colombiano, são protegidos.


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